O incêndio que tomou conta da cidade de Los Angeles na Califórnia destruiu o acervo de um dos maiores compositores de música clássica do século XX, o austríaco Arnold Schoenberg ( 1874 – 1951).
Schoenberg foi o criador do chamado “dodecafonismo”, um movimento revolucionário na história da música que rompeu com as convenções tonais e buscou explorar novas possibilidades sonoras e estruturais representando um marco na evolução da música contemporânea, influenciando gerações de compositores e expandindo os horizontes da expressão musical.
O aniversário de 150 anos de Schoenberg havia sido comemorado há menos de um ano atrás, ocasião em que a sua vida e obra foi celebrada para pouco depois seu acervo material vir a derreter em chamas.
O acervo que incluía mais de 100 mil partituras originais, manuscritos e obras impressas era preservado pela editora Belmonte Music Publishers administrada pelo filho de Schoenberg e cujo trabalho era dedicado exclusivamente à obra do compositor, alugando e vendendo seus trabalhos para conjuntos musicais ao redor do mundo.
“Perdemos todo o nosso acervo de materiais. Esperamos que em breve possamos ‘ressurgir das cinzas’ em um formato totalmente digital”, informou a empresa por meio de comunicado.
A editora é localizada na área de Pacific Palisades onde o fogo se iniciou.
A perda do acervo da Belmont pode criar problemas para orquestras, grupos de música de câmara e solistas que planejam apresentações das obras de Schoenberg nos próximos meses.
“É uma catástrofe”, disse Leon Botstein presidente do Bard College e diretor musical da American Symphony Orchestra que acrescentou que alguns conjuntos podem ser forçados a fazer mudanças em seus próximos programas, pois as partituras de que precisam não estarão mais disponíveis.
A devastação da obra de Schoenberg pelas chamas se integra a um quadro amplo de destruição de verdadeiros tesouros culturais produzidos pela humanidade, ocorrida nos últimos anos, como ocorreu por exemplo com a Catedral de Notre -Dame na França ou o Museu Nacional do Rio de Janeiro. Isso decorre da ausência de investimento público na prevenção de catástrofes por parte de governos que preferem entregar o dinheiro público para as mãos dos banqueiros.