Diversos economistas apontam que a revolução na inteligência artificial, com destaque para a IA generativa, foi capaz de aumentar em até 25% a produtividade de trabalhadores de uma central de atendimento ao consumidor que contaram com uma assistente de IA.
Assim, pesquisadores constataram o potencial da ferramenta tecnológica como alternativa para o crescimento exponencial nos próximos dez anos, além de ajudar a reduzir também a desigualdade dentro das empresas.
Graças à inteligência artificial, pesquisadores estimam que a produtividade agregada no mercado de trabalho deve aumentar em até 1,24 pontos percentuais anualmente na próxima década.
Ainda em relação ao emprego em geral, estudos em uma empresa francesa analisados entre 2018 e 2020 apontam que a adoção da Inteligência Artificial está associada à geração de empregos e vendas totais da corporação, a partir da automação da mão de obra.
Este efeito de produtividade parece ser mais forte do que os potenciais efeitos de deslocação da IA (em que a IA assume tarefas associadas a certos tipos de empregos e trabalhadores, reduzindo assim a procura de mão-de-obra).
Pesquisadores concluem, então, que o principal risco para os trabalhadores é ser substituídos por profissionais que sabem usar a IA, e não pela tecnologia efetivamente.
“Embora a nossa interpretação dos dados mostre que a IA pode impulsionar tanto o crescimento como o emprego, a concretização deste potencial exigirá reformas políticas adequadas. Por exemplo, a política de concorrência deve garantir que as empresas superestrelas que dominam os segmentos superiores da cadeia de valor não sufoquem a entrada de novos inovadores”, apontam os pesquisadores Philippe Aghion, Simon Bunel e Xavier Jaravel ao site Project Syndicate.
A adoção da IA faz ainda com que as empresas se posicionem no topo, sendo o que os autores do estudo chamam de “os maiores vencedores da revolução da IA”.
No entanto, a fim de evitar concentração de mercado ainda maior, além de um poder de mercado consolidado, é preciso estímulo às pequenas empresas, para que possam incorporar a IA em seus próprios processos.
Para que se atinja tal feito, é preciso ainda a combinação de política de concorrência e de política industrial adequada que melhore o acesso aos dados e ao poder computacional.
E, para que a IA seja aliada da geração de melhores empregos, o poder público terá de investir em amplo acesso a uma educação de elevada qualidade, juntamente com programas de formação e políticas ativas do mercado de trabalho.
A próxima revolução tecnológica já está em andamento. O futuro de países e economias inteiros dependerá da sua vontade e capacidade de se adaptarem a ele.
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