A China atingiu em 2024 um marco sem precedentes em sua balança comercial, registrando um superávit de US$ 990 bilhões, o maior já registrado, informou a mídia estatal nesta segunda-feira (13). Esse saldo ultrapassa o recorde anterior de 2022, que havia sido de US$ 838 bilhões, consolidando o país como líder global no comércio exterior.

As exportações chinesas totalizaram 25 trilhões de yuans (aproximadamente US$ 3,58 trilhões), um aumento anual de 7,1%. Já as importações somaram 18,39 trilhões de yuans (US$ 2,59 trilhões), crescendo 2,3% em relação ao ano anterior. O comércio exterior chinês superou as expectativas em dezembro, com exportações crescendo 10,7%, acima da previsão de 7,3%.

Esse crescimento exponencial, no entanto, ocorre em um momento de tensão crescente nas relações comerciais com os Estados Unidos. A chegada do republicano Donald Trump à Casa Branca, prevista para a próxima semana, reacende os temores de uma guerra comercial. Durante seu primeiro mandato, Trump iniciou uma série de medidas protecionistas, e suas novas promessas de tarifas sobre produtos chineses podem impactar negativamente o comércio bilateral.

A ascensão da indústria chinesa

A expansão das exportações chinesas reflete a dominância de suas fábricas em escala global, algo comparado ao papel dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Produtos como carros, painéis solares e eletrônicos têm liderado a pauta de exportações, resultado direto da política industrial “Made in China 2025”, que investiu US$ 300 bilhões para fomentar indústrias de alta tecnologia.

A China, que anteriormente importava grande parte de seus veículos, tornou-se o maior exportador de automóveis do mundo, superando Alemanha e Japão. Além disso, empresas chinesas começaram a produzir aviões comerciais para competir com Airbus e Boeing, enquanto praticamente monopolizam a produção global de painéis solares.

Diversificação e resiliência

A China tem diversificado suas relações comerciais, ampliando parcerias com economias emergentes na Ásia, América Latina e Europa Oriental. Países como o Brasil e a Rússia se tornaram destinos prioritários para a exportação de produtos de alta tecnologia e insumos industriais, enquanto a China aumenta as importações de matérias-primas agrícolas e energéticas.

Essa estratégia tem reforçado a resiliência do comércio exterior chinês, mesmo diante de um cenário global adverso. Pequim também promete adotar políticas monetária e fiscal mais flexíveis em 2025, buscando alcançar uma meta de crescimento de 5%.

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Last Update: 13/01/2025