No programa Café PT desta segunda-feira (13), o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Damasceno, celebrou os avanços obtidos em 2024 com o governo Lula, como a retomada de contratações no setor automotivo, as conquistas na campanha salarial e a luta pela redução da jornada de trabalho. 

“Foi um ano vitorioso graças ao cenário econômico e político que o governo Lula proporcionou. Deixamos para trás um período de resistência e avançamos em direitos e investimentos”, destacou.

A redução da jornada de trabalho é uma luta histórica do sindicato e segue no centro das pautas para 2025. “A maioria das empresas no ABC já trabalha com 40 horas semanais, mas precisamos levar esse benefício para todos os trabalhadores do país. Isso requer mobilização, pressão e conquistas no Congresso Nacional”, afirmou Damasceno. 

Ele também reiterou a necessidade de um debate mais amplo sobre condições de deslocamento e equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

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Papel estratégico da reindustrialização

O diretor enfatizou a relevância do programa Nova Indústria Brasil, que integra iniciativas de reindustrialização, descarbonização e modernização tecnológica. 

Entre os destaques do setor automotivo, Damasceno mencionou os R$ 16 bilhões em investimentos anunciados pela Volkswagen para o Brasil e a Argentina. “Esse progresso só foi possível graças a políticas que unem governo, empresas e sindicatos, promovendo uma transição justa e gerando empregos qualificados”, explicou.

Ele ressaltou que o Brasil tem condições de liderar globalmente a descarbonização por meio de tecnologias como biocombustíveis e eletrificação. “Nossa prioridade é valorizar a pesquisa nacional e a requalificação de trabalhadores para acompanhar as novas demandas industriais”, disse.

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Inclusão social como prioridade sindical

Damasceno ainda mencionou a ampliação das ações inclusivas como um marco de 2024, com a criação da Comissão LGBTQIAP+ e o fortalecimento das comissões de combate ao racismo, juventude e pessoas com deficiência: “essas comissões tornam o sindicato mais acessível às necessidades individuais e coletivas dos trabalhadores. São espaços de debate e formação que ajudam a avançar em políticas públicas”.

o sindicalista citou exemplos de conquistas que nasceram dessas comissões, como a ampliação da licença-maternidade para 180 dias e a preservação dos direitos de jovens que cumprem serviço militar obrigatório. “Esse é o papel do sindicato cidadão: olhar para dentro e fora das fábricas, representando a totalidade da vida dos trabalhadores”, afirmou.

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Lições globais

As visitas à China e à Alemanha trouxeram aprendizados estratégicos para o sindicato, segundo o diretor. No país asiático, a comitiva explorou o avanço tecnológico em veículos elétricos, hidrogênio e baterias, avaliando possibilidades de replicação no Brasil. “É essencial entender como a transição foi feita para garantir que o Brasil se posicione na vanguarda da tecnologia”, disse.

Já na Europa, as negociações com a Volkswagen foram determinantes para evitar demissões em massa em meio a um cenário de crise. “Garantimos empregos até 2030, com acordos que protegem os trabalhadores e mantêm a competitividade das fábricas. Essas experiências mostram a importância do diálogo e da adaptação”, relatou.

Damasceno destacou a necessidade de os sindicatos se adaptarem às novas dinâmicas do mercado de trabalho: “a sociedade mudou, e os trabalhadores também. Precisamos ouvir as novas demandas e representar todos, formais ou não, como MEIs e trabalhadores de aplicativos”.

E ressaltou que, para acolher esses trabalhadores, o sindicato deve ampliar seu papel para além da negociação salarial.”Podemos oferecer apoio jurídico, contábil e até parcerias com instituições como o Sebrae. É uma forma de construir um sindicato mais amplo e conectado com as realidades do mercado”, explicou.

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Além disso, a comunicação é vista como um desafio central. Para o diretor, é preciso “sermos mais efetivos e acessíveis na forma como nos conectamos com os trabalhadores, especialmente os mais jovens e os inseridos em modelos não tradicionais de trabalho”. 

“Assim como lideramos grandes transformações no passado, estamos prontos para enfrentar os desafios do presente e construir um futuro mais justo e democrático para todos”, concluiu Wellington Damasceno.

Da Redação

 

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Last Update: 13/01/2025