Wagner Gomes 

Donald Trump faz seu retorno ao cenário político e promete transformar as relações comerciais globais a partir de 20 de janeiro de 2025, utilizando uma estratégia de choque em suas negociações. Ele alardeia uma postura clara de protecionismo, buscando tarifas comerciais que visam especificamente nações economicamente relevantes. Esta estratégia não apenas altera a dinâmica do comércio, mas também reforça sua imagem de negociador implacável, capaz de pressionar adversários políticos e econômicos. A retórica de Trump está mais contundente do que em seu primeiro mandato. Sua abordagem combina choques econômicos — como tarifas e políticas migratórias restritivas, que reduzem a oferta — com estímulos, como cortes de impostos e desregulação, que impulsionam a demanda.

Essa dualidade gera desafios ao Federal Reserve, que enfrenta dificuldades em estabelecer uma política monetária estável, fomentando incertezas tanto internas quanto globais. Além das questões econômicas, Trump apresenta um discurso expansionista. Ele menciona planos que misturam interesses econômicos e geopolíticos. No Panamá, por exemplo, o controle de portos por empresas de Hong Kong alimenta narrativas de ameaça à segurança americana. Ele sugere a anexação do Canadá, o controle da Groenlândia e a retomada do Canal do Panamá, articulando um enredo que mistura interesses econômicos e geopolíticos. 

A localização estratégica dessas regiões é destacada como um fator crucial na contenção da influência chinesa, caracterizando sua política externa de tom beligerante. O controle de portos por empresas de Hong Kong no Panamá, por exemplo, é visto como uma ameaça à segurança nacional dos EUA. Na esfera internacional, Trump pressiona os países da OTAN a elevar seus gastos militares para 5% do PIB. Essa exigência reflete sua visão impositiva e busca por vantagens tanto em segurança quanto em comércio. Nas redes sociais, Trump se beneficia de alianças estratégicas com figuras influentes como Elon Musk e Mark Zuckerberg, para fortalecer sua capacidade de manipular narrativas e manter seus apoiadores engajados e mobilizados. Trump quer projetar uma imagem de líder transformador, ainda que não apresente soluções concretas para os desafios globais. A falta de um plano detalhado para implementar mudanças significativas levanta dúvidas sobre a eficácia de suas propostas e sua real capacidade de transformar a dinâmica global atual. O tempo mostrará se suas ambições se concretizarão em resultados tangíveis ou se permanecerão como promessas performáticas. 

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Last Update: 13/01/2025