Aliados de Jair Bolsonaro estão pessimistas quanto às chances de o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizar a devolução do passaporte do ex-presidente para que ele participe da posse de Donald Trump, marcada para o próximo dia 20, em Washington, nos Estados Unidos, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
“As chances são nulas. Não há fatos novos e Moraes já negou o pedido para Bolsonaro ir a Israel (convite do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para visitar o país, no ano passado). Negou exatamente um pedido similar com os mesmos argumentos”, afirmou um integrante do PL, sob condição de anonimato.
Outro aliado foi ainda mais categórico: “Sem chance. É mais fácil o Sargento García prender o Zorro”. É a terceira vez que a defesa do ex-chefe do Executivo tentar reaver o passaporte.
Apesar da tentativa, os argumentos apresentados pela defesa de Bolsonaro ao STF, como a relevância do evento de “magnitude histórica” para o diálogo “entre líderes globais” e sua “singular importância no contexto das relações bilaterais Brasil-Estados Unidos”, não parecem suficientes para mudar a avaliação do ministro. A defesa também assegurou que a viagem não representaria “qualquer risco ou prejuízo às investigações em curso”.
O histórico, no entanto, não favorece Bolsonaro. Em fevereiro de 2023, Moraes determinou a apreensão do passaporte do ex-capitão no contexto das investigações sobre uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula em 2022.
Posteriormente, em outubro, a Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux, rejeitou, por unanimidade, o recurso do ex-mandatário para recuperar o documento.
Um mês após essa decisão, Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por crimes que incluem tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa, cujas penas podem chegar a 28 anos de prisão.
Apesar de ter recebido convite de Trump para participar de uma celebração no Capitólio, feito por e-mail pelo diretor-executivo do comitê de posse, Richard Walters, Moraes solicitou, no último sábado (11), que a defesa de Bolsonaro comprove a autenticidade do convite antes de tomar qualquer decisão sobre o caso.