No último sábado, 11 de janeiro, o Instituto de Amizade Brasil-Irã realizou um ato solene em São Paulo para homenagear o general Qassem Soleimani, o comandante Abu Mahdi al-Muhandis e outros mártires da resistência anti-imperialista. O evento, que abordou principalmente a luta pela libertação da Palestina, reuniu mais de 100 ativistas, representantes de movimentos sociais, jornalistas e membros da comunidade islâmica no Hotel Travell Inn Paulista Wall Street.
Qassem Soleimani, conhecido como “General das Sombras”, foi lembrado por seu papel central na luta contra o terrorismo e na defesa dos povos oprimidos. Como comandante da Força Quds, ele liderou operações estratégicas que enfraqueceram grupos como o ISIS e fortaleceu a resistência palestina contra o regime sionista. Sua morte em 2020, em um ataque de drones próximo ao aeroporto de Bagdá, foi descrita como um ato covarde que buscava silenciar uma das maiores lideranças da luta anti-imperialista. Amyra El Khalili, representante do Movimento Mulheres pela Paz na Palestina, destacou a importância de Soleimani e a conexão entre a causa palestina e a soberania dos povos contra o imperialismo. “Nós queremos e lutamos pela soberania. A soberania precisa ser plena. Sobre isso, o Imã Khamenei, em suas declarações, deixa muito claro: ele diz que a liberdade deve ser plena e que o povo palestino tem fé. A resistência palestina está solidificada e enraizada na fé e na crença. A Palestina é a causa das causas da humanidade. Se não houver paz na Palestina, não haverá paz no mundo”, afirmou emocionada.
O evento contou com diversas intervenções que reforçaram o compromisso com a luta pela libertação da Palestina e contra o imperialismo. Maria Ângela Abduch, militante do Partido da Causa Operária (PCO), destacou a força das mensagens transmitidas pelos oradores. “Todas as falas foram muito motivadoras”, pontuou. Ela ressaltou especialmente as contribuições de João Pimenta, membro da direção nacional do PCO, que lembrou que “os sionistas não conseguem destruir a resistência palestina” mesmo após anos de ataques intensos. Maria Ângela também destacou o discurso emocionante da professora Amyra, palestina, presente no evento e anteriormente citada: “Foi muito linda sua fala. O público que lá esteve gostou bastante, aplaudindo muito todas as falas”. Segundo ela, os discursos reforçaram o caráter anti-imperialista do ato: “Essa luta revolucionária da resistência, que gera mártires em seu próprio povo, representa o anti-imperialismo”. João Pimenta também enfatizou que a questão palestina vai além das fronteiras do Oriente Médio. “A questão palestina é uma questão de todo mundo, sendo também do povo brasileiro”, afirmou. Ele destacou que enquanto não houver liberdade para a Palestina, não haverá liberdade para o mundo.
JT Sales, outro participante do evento e militante do Partido da Causa Operária de São Paulo, destacou como Soleimani se tornou um exemplo para movimentos anti-imperialistas ao redor do mundo. “Conversei com vários presentes, de jornalistas até sindicados, xeiques e outras pessoas ligadas à comunidade islâmica. Todos reconhecem a liderança e a importância do Soleimani na resistência dos povos oprimidos”, relatou. Ele também apontou como os feitos do general iraniano inspiram lutas semelhantes na América Latina: “O que a Resistência tem feito no Oriente Médio serve para dar força para a resistência anti-imperialista aqui no Brasil”. Para Sales, o principal objetivo do evento foi mostrar que os povos podem e devem lutar contra as opressões imperialistas: “Soleimani fica como um exemplo a ser seguido, precisando lutar até o fim”.
O ato solene foi mais do que uma homenagem; foi um chamado à frente internacional dos povos oprimidos e o consequente fortalecimento das lutas contra o imperialismo. Com discursos emocionantes e aplausos calorosos dos presentes, ficou ainda mais claro que as ideias defendidas por Soleimani continuam vivas e inspiram resistências ao redor do mundo. A mensagem do evento foi clara: enquanto houver esta opressão imperialista, haverá resistência — seja na Palestina ou em qualquer outra parte do mundo.