A Polícia Civil solicitou, neste sábado (11), a prisão temporária de um segundo suspeito pelo ataque ao assentamento Olga Benário, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Tremembé, São Paulo. A ação criminosa resultou em duas mortes e deixou seis pessoas feridas.
No mesmo dia, um homem identificado como Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do piseiro”, foi preso pela Polícia Civil. Apontado como o líder do ataque, ele confessou estar presente no assentamento, mas negou ter disparado contra os moradores.
Segundo o boletim de ocorrência, Ítalo Rodrigues da Silva é o segundo suspeito identificado. Ele foi reconhecido por uma vítima hospitalizada e mencionado por Antônio como participante do ataque. A polícia justificou o pedido de prisão temporária destacando a gravidade do crime e a periculosidade do suspeito.
O Tribunal de Justiça de São Paulo irá avaliar o pedido, que, se aprovado, terá validade de 30 dias. Apesar de buscas realizadas no sábado, Ítalo ainda não foi localizado.
O crime ocorreu na noite de sexta-feira (10), no assentamento Olga Benário, localizado na Estrada Kanegae. Testemunhas relataram que cinco carros e três motos invadiram o local, e os ocupantes dispararam contra os moradores.
Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28, morreram no local. Outros seis moradores, três homens e três mulheres, ficaram feridos e foram encaminhados para hospitais da região. O assentamento é regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e abriga cerca de 45 famílias há 20 anos.
Antônio Martins dos Santos Filho foi detido em Taubaté, cidade vizinha de Tremembé. Em depoimento, ele confirmou sua presença no assentamento e disse que o ataque foi motivado por uma disputa por terrenos na área. Segundo ele, a intenção inicial era apenas intimidar os moradores.
Com Antônio, a polícia apreendeu uma moto vermelha usada no ataque, que estava suja de barro. Testemunhas também confirmaram sua participação, e ele indicou onde seus comparsas poderiam ser encontrados.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal (PF) investigue o caso, considerando a violação dos direitos humanos. Uma equipe da PF foi enviada ao assentamento neste sábado para iniciar os trabalhos periciais.
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