Valdir do Nascimento de Jesus e Gleison Barbosa de Carvalho. Foto: Divulgação

Os corpos de Valdir do Nascimento de Jesus, de 52 anos, e Gleison Barbosa de Carvalho, de 28 anos, estão sendo velados na manhã deste domingo (12), em Tremembé, no interior de São Paulo. Ambos eram moradores do assentamento Olga Benário do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e foram assassinados a tiros durante um ataque que ocorreu na última sexta-feira (10).

Além das mortes, o ataque deixou seis pessoas feridas, uma delas em estado grave após ser atingida na cabeça. Um suspeito de chefiar o ataque foi preso neste sábado (11) — detalhes abaixo.

O velório de Valdir e Gleison começou às 8h e deve seguir até às 13h no Velório Municipal de Tremembé, localizado na Rua Antônio Maria, 180, no centro da cidade. Os corpos serão levados posteriormente ao Crematório Memorial Sagrada Família.

Familiares, amigos, moradores do assentamento e lideranças do MST estão presentes para prestar homenagens. O ataque ganhou repercussão nacional, sendo considerado um crime bárbaro pelas autoridades. A Polícia Civil e a Polícia Federal investigam o ocorrido.

Três ministérios do governo federal — da Justiça, dos Direitos Humanos e Agrário — emitiram notas de repúdio ao ataque e manifestaram solidariedade às vítimas e suas famílias. A Polícia Militar reforçou o policiamento na região do assentamento, enquanto o Ministério dos Direitos Humanos anunciou a ampliação de seu programa de proteção.

Segundo o MST, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em ligação à Direção Nacional do movimento neste sábado (11), que acompanhará de perto as investigações e planeja visitar o local assim que possível.

Presidente Lula. Foto: Divulgação

A Polícia Civil prendeu neste sábado (11) um homem acusado de liderar o ataque ao assentamento. Segundo o delegado seccional de Taubaté, Marcos Ricardo Parra, o suspeito é Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”. Ele foi identificado por vítimas e testemunhas que sobreviveram ao ataque.

De acordo com Parra, o crime teve motivação relacionada à disputa por um lote do assentamento. “Nero e seu grupo foram ao local para intimidar, mas a situação evoluiu para um confronto, resultando em mortes e feridos”, explicou o delegado. O suspeito confessou o crime e está cooperando para identificar outros envolvidos.

O incidente ocorreu na noite de sexta-feira (10), no assentamento Olga Benário, regularizado pelo Incra há mais de 20 anos. Testemunhas relataram que cinco carros e três motos invadiram o local por volta das 23h, disparando contra os moradores. Valdir do Nascimento e Gleison Barbosa morreram no local, enquanto outros seis moradores foram baleados e levados para hospitais da região.

O Ministério da Justiça determinou que a Polícia Federal instaure um inquérito para investigar o caso. Uma equipe de agentes, peritos e papiloscopistas já iniciou os trabalhos no local. Segundo o Ministério, o ataque representa uma grave violação dos direitos humanos das famílias do assentamento.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário emitiu uma nota classificando o crime como bárbaro e pedindo providências rigorosas. Já o Ministério dos Direitos Humanos destacou a importância de reforçar a proteção a defensores de direitos humanos e movimentos sociais.

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Last Update: 12/01/2025