Seguindo uma tendência mundial, a crise política no Canadá vem fortalecendo a extrema direita no país. Na última segunda-feira (6), o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau renunciou ao cargo em meio a uma crise política generalizada no país e dentro de seu próprio Partido. Ele segue no cargo até a escolha do próximo líder do Partido Liberal, o qual pertence. No entanto, diversos órgãos de imprensa e de pesquisa eleitoral dão como quase certa a vitória de Pierre Poilievre, do Partido Conservador – de extrema direita – nas próximas eleições canadenses, que devem ocorrer até outubro deste ano.

Poilievre ganha popularidade na falência do regime político mantido pelo imperialismo nas últimas décadas. Conforme essa política se esvai e os partidos de esquerda desses países são profundamente associados a ela, a extrema direita se fortalece na mesma medida em que o próprio imperialismo vai mudando de política, também mais direitista.

O candidato canadense tem diversas semelhanças com outros políticos do mesmo tipo, apontando a hipocrisia de seus adversários (ainda que ele mesmo também o seja), defendendo os costumes conservadores que fazem parte das ideias mais retrógradas da população, mas também atacando a política identitária, que não passa de uma farsa patrocinada pelos políticos falidos do imperialismo.

Também semelhante a outros políticos de extrema direita, como os próprios Trump, nos EUA, e Bolsonaro, no Brasil, Pierre Poilievre aparece como alguém que vem de fora do regime político. Ao se diferenciar claramente desses políticos falidos, ele aparece para uma parte da população como algo novo, contra esse regime.

No entanto, a ascensão de mais um político de extrema direita em um país importante como o Canadá, é sintoma de um fenômeno ainda em desenvolvimento. O caso do dono das redes Meta (Facebook, Instagram e Whatsapp) que se aliou a Donald Trump recentemente, revela que um setor do imperialismo está aprovando a extrema direita.

Na Argentina, Javier Milei impôs uma derrota importante à esquerda e vem sendo tratado pela imprensa pró-imperialista como grande exemplo para a América Latina. Na França, após a vitória eleitoral do Reagrupamento Nacional (partido de Marine Le Pen), Macron fechou uma aliança contra a esquerda francesa. Na Itália, Giorgia Meloni já é totalmente associada aos interesses do imperialismo internacionalmente.

Isso mostra que a possível vitória da extrema direita canadense será mais um prego no caixão da atual política do imperialismo, representada por pessoas como Biden e Macron – dos EUA e da França, respectivamente – que perderam a eleição, e Keir Starmer e Olaf Scholz – Inglaterra e Alemanha – que cambaleiam em seus postos desde o início de seus governos.

O surgimento e a popularização de dirigentes de extrema direita nos principais países do mundo é fruto do recrudescimento da repressão imperialista que vem se aprofundando nos últimos anos e da resposta dos povos oprimidos, que veem na crise dos opressores uma oportunidade para se levantar.

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Last Update: 12/01/2025