A invasão do Ruhr foi um evento muito importante na história da Alemanha. Em 11 de janeiro de 1923, a França e a Bélgica ocuparam a região industrial do Ruhr, no oeste da Alemanha, rica em recursos como carvão e ferro. A invasão foi uma resposta ao fracasso da Alemanha em pagar as reparações de guerra impostas pelo Tratado de Versalhes (1919), que determinava que a Alemanha pagasse pesadas indenizações aos países vencedores da Primeira Guerra Mundial.

Após a guerra, a Alemanha enfrentou uma economia devastada e dificuldades imensas para cumprir com as reparações exigidas pelos vencedores. Embora a Alemanha tivesse feito alguns pagamentos, a crise econômica mundial e a instabilidade política interna dificultaram ainda mais a situação. Em 1921, a Liga das Nações estabeleceu um cronograma de reparações que seria pago em dinheiro ou recursos naturais, como carvão, o que se tornou um fardo para o país.

O governo da República de Weimar, sob o chanceler Gustav Stresemann, se opôs à ocupação, mas a Alemanha, debilitada pela guerra, não tinha forças para resistir militarmente. No entanto, a reação da Alemanha foi uma resistência passiva. O governo de Weimar convocou os trabalhadores da região para fazer greve geral e impedir que a produção fosse interrompida. A ideia era não colaborar com as autoridades de ocupação, o que geraria prejuízos para os ocupantes.

A greve e a resistência passiva causaram grandes danos à produção industrial e ao sistema econômico da Alemanha, o que levou a uma crise ainda maior. O governo alemão, para financiar a resistência, começou a imprimir grandes quantidades de dinheiro, o que desencadeou uma hiperinflamação. O valor da moeda alemã, o marco, caiu vertiginosamente, e os preços dispararam. A inflação se tornou tão severa que as pessoas precisavam de carrinhos de compras cheios de dinheiro para comprar alimentos e outros bens essenciais.

A pressão internacional, especialmente da Grã-Bretanha, que temia as consequências de uma guerra entre potências europeias, e o desgaste da ocupação para a França e a Bélgica, levaram a uma mudança de posição. Em 1925, as tropas francesas e belgas começaram a se retirar do Ruhr, após um acordo que resultou no Plano Dawes.

O Plano Dawes, mediado pelos Estados Unidos, revisou os termos das reparações de guerra, concedendo à Alemanha um período mais longo para pagá-las e proporcionando um empréstimo para estabilizar sua economia.

A ocupação do Ruhr foi o ápice de uma crise econômica e política na Alemanha que levou a uma grande mobilização operária. O Partido Comunista Alemão por pouco não tomou o poder. Ao mesmo tempo a extrema-direita cresceu, neste ano Hitler tentaria seu golpe de Estado que foi um fracasso mas que o projetou como figura nacional.

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Last Update: 11/01/2025