Victor Rosa Travancas, ex-diretor do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro, afirmou que documentos relacionados ao ex-deputado Rubens Paiva estão “esfarelando na mão” devido às más condições de preservação no local. Travancas, que foi exonerado pelo governador Cláudio Castro, havia interditado o prédio alegando problemas estruturais graves, como umidade excessiva e rachaduras.
O governo do Rio de Janeiro nega as alegações e declarou que os documentos de Rubens Paiva estão em “bom estado de conservação” e sob monitoramento contínuo de especialistas.
Segundo a Casa Civil, parte do acervo foi digitalizada, e imagens enviadas à reportagem mostram arquivos do ex-deputado, incluindo listas de políticos cassados e documentos sobre seu asilo na embaixada da então Iugoslávia.
Travancas justificou a interdição do prédio dizendo que havia risco de desabamento, com pisos afundados e fissuras em pilastras. No entanto, laudos técnicos apresentados pelo governo contradizem essa versão. Segundo a Emop (Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro), as fissuras identificadas não comprometem o uso do edifício. O Corpo de Bombeiros também afirmou que o prédio possui certificados de segurança válidos.
A Anpuh (Associação Nacional de História) questionou a decisão de Travancas, afirmando que não foi apresentado nenhum documento oficial que comprovasse os riscos. Beatriz Kushnir, presidente da seção Rio de Janeiro da entidade, destacou que a preservação de arquivos públicos exige investimentos em digitalização e infraestrutura, mas defendeu que técnicos qualificados podem evitar maiores danos à memória documental.
O Arquivo Público, criado em 1931 e sediado em Botafogo desde 1998, abriga registros históricos, incluindo documentos do Dops, mapas do século 18 e registros sobre migração e posse de terras.
Conheça as redes sociais do DCM:
⚪️Facebook: https://www.facebook.com/diariodocentrodomundo
🟣Threads: https://www.threads.net/@dcm_on_line
