O presidente Lula (PT) realizará nesta sexta-feira (10), no Palácio do Planalto, uma reunião com ministros para tratar da decisão da Meta de desativar o serviço de checagem de fatos em suas redes sociais. A Meta, de Mark Zuckerberg, é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo e responsável pelo Facebook, Instagram e WhatsApp.
Além de debater a decisão da empresa, a pauta da reunião inclui o projeto de regulação das redes sociais, considerado uma prioridade pelo governo Lula.
O encontro está previsto para as 10h e contará com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Juscelino Filho (Comunicações), Manoel Carlos de Almeida (substituto do Ministério da Justiça) e do futuro ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Sidônio Palmeira. Esta será a primeira participação de Sidônio em uma reunião ministerial.
Nesta semana, a Meta anunciou que está encerrando seu programa de verificação de fatos, iniciando pelos Estados Unidos, substituindo-o por “notas de comunidade”. Esse recurso, semelhante ao implementado pelo X (antigo Twitter), de Elon Musk, permite que usuários façam correções nos conteúdos postados.
Lula criticou as mudanças da empresa em relação ao tratamento de conteúdos nas plataformas, afirmando que é essencial preservar a soberania dos países. “Nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos, acharem que podem ferir a soberania de uma nação”, declarou o presidente.
Ele também defendeu que as redes sociais sigam regras semelhantes às aplicadas fora do ambiente digital. “Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha mesma responsabilidade de um cara que comete um crime na imprensa escrita”, completou Lula.
Atenção: Lula diz que vai fazer uma reunião para discutir as mudanças na META, que ele classificou de EXTREMAMENTE GRAVES. pic.twitter.com/lKPiGIGxne
— MBL – Movimento Brasil Livre (@MBLivre) January 9, 2025
A decisão da Meta foi acompanhada por um vídeo de Mark Zuckerberg no Instagram, em que ele criticou o que chamou de “decisões secretas” de tribunais na América Latina. Sem mencionar diretamente o Supremo Tribunal Federal (STF), Zuckerberg sugeriu que o governo americano deveria agir contra essas práticas.
“Países da América Latina têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas removam conteúdos de forma silenciosa”, disse o CEO da Meta.
Zuckerberg se unindo ao Trump para defender a liberdade de expressão? Ou seja, aquela liberdade de perseguir professor e de linchar a democracia para pôr em risco a nossa liberdade voltará a todo vapor?
Meta, dona de Instagram e Facebook, encerrará sistema de checagem de fatos… pic.twitter.com/pztM8jBDpT
— GugaNoblat (@GugaNoblat) January 7, 2025