Documentos internos da Meta, empresa proprietária do Facebook, Instagram e WhatsApp, revelarem que a empresa oferece tratamento diferenciado a grandes anunciantes, priorizando suas receitas em detrimento de uma aplicação rigorosa das regras de moderação de conteúdo. As informações, divulgadas pelo Financial Times, destacam medidas para “proteger grandes anunciantes” de erros dos sistemas automatizados.
Os documentos de 2023 mostram que anunciantes que gastam acima de US$ 1.500 por dia, classificados como “gastadores P95”, têm seus anúncios protegidos contra bloqueios automáticos e, em casos de detecção, passam por revisão humana. A prática faz parte de um esforço para evitar penalizações errôneas, uma preocupação crescente diante da dependência da empresa em sistemas de inteligência artificial para revisar anúncios.
A publicidade compõe a maior parte das receitas da Meta, que atingiram quase US$ 135 bilhões em 2023. A empresa justificou as proteções afirmando que anunciantes de maior gasto enfrentavam notificações desproporcionais de violações, e erros poderiam causar impactos financeiros significativos tanto para os clientes quanto para a própria Meta.
No entanto, críticos argumentam que a prática prioriza receitas sobre a integridade da plataforma. Um memorando interno aponta que a Meta considerou oferecer “proteções mais agressivas” para anunciantes “platina e ouro”, que representam mais da metade da receita publicitária, mas concluiu que grande parte das violações nesses casos eram justificadas.
As revelações vêm à tona dias após o CEO Mark Zuckerberg anunciar mudanças na moderação de conteúdo da Meta, incluindo o encerramento de seu programa de checagem de fatos por terceiros nos EUA. A decisão ocorre enquanto a empresa se prepara para um cenário político polarizado com a possível candidatura de Donald Trump em 2024.
Zuckerberg reconheceu que o sistema de moderação da Meta introduziu “muitos erros e muita censura”. A empresa já havia enfrentado acusações de favorecimento e isenções para figuras públicas com o sistema “cross-check”, revelado em 2021, que permitia a políticos e celebridades postarem conteúdo que violava as regras.
Apesar das polêmicas, a Meta continua a atingir recordes de receita e valorização de suas ações. Entretanto, a crescente concorrência de plataformas como TikTok e as críticas sobre a priorização de lucro sobre segurança e integridade do usuário podem representar desafios significativos para a empresa.
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