Silvia Cárdenas Prado, mãe do estudante de Medicina morto à queima-roupa durante uma abordagem policial em novembro passado, disse esperar pelo menos um pedido de desculpas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Marco Aurélio foi baleado por um PM após dar um tapa no retrovisor de uma viatura na Vila Mariana, zona sul da capital paulista.

Na última quarta-feira 8, o Ministério Público denunciou os dois agentes envolvidos no caso.

“Quero justiça, quero desse miserável do Tarcísio ao menos um pedido de desculpas”, disse Silvia, emocionada, em uma coletiva de imprensa nesta quinta. “A polícia mata, tapa como gato e continua sua vida, e quem chora são a mãe e o pai. Mas meu filho não será apenas um número.”

O pai do jovem, Julio César Acosta Navarro, também se pronunciou na entrevista. Segundo ele, o filho superou adversidades e não merecia uma morte brutal. A coletiva foi acompanhada pelo advogado da família, Roberto Guastelli, que criticou a demora da Polícia Militar para fornecer as imagens das câmeras corporais.

Um mês após o caso, Júlio enviou uma carta ao presidente Lula (PT) na qual criticou o governo de Tarcísio e a lentidão para punir os responsáveis pela morte de seu filho. No documento, o médico ainda chamou o secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, de “palhaço tirado dos tempos da Inquisição”.

A denúncia do MP acusa os PMs Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado de homicídio qualificado por motivo torpe e pela impossibilidade de defesa da vítima. O órgão sustenta que eles agiram de forma desproporcional e abusiva, motivados pela retaliação ao tapa desferido por Marco Aurélio no retrovisor da viatura.

Na semana passada, a Polícia Civil chegou a pedir a prisão preventiva dos policiais.

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Last Update: 09/01/2025