A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) determinou trabalho remoto nesta quinta-feira (9), um dia após seus funcionários, alunos e frequentadores ficarem no fogo cruzado entre a Polícia Civil e criminosos, em meio a uma operação nas imediações e dentro da própria instituição em Manguinhos, na Zona Norte do Rio.
O serviço de transporte na região, além da Creche Fiocruz e Museu da Vida estão com os trabalhos suspensos. Foi mantida, no entanto, as atividades dos serviços considerados essenciais. A equipe da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic) está monitorando a situação e o policiamento foi reforçado na região.
Segundo a Fundação, ontem (8), “agentes da Polícia Civil entraram sem qualquer comunicação prévia e autorização no campus Manguinhos da Fiocruz para o que seria uma incursão na comunidade de Varginha”, diz nota.
Em meio ao caos, uma trabalhadora foi atingida por estilhaços de uma bala perdida, que atingiu o vidro da sala de Automação, do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), fábrica de vacinas da Fiocruz.
Além disso, um supervisor da empresa que presta serviços para a Gestão de Vigilância e Segurança Patrimonial da Fiocruz foi preso pelos policiais, acusado de dar cobertura a supostos criminosos que estariam em fuga. A instituição, no entanto, afirma que o vigilante fazia o trabalho de desocupação e interdição da área como medida de segurança aos frequentadores do campus.
“Toda a ação da Polícia Civil ocorreu de forma arbitrária, sem autorização ou comunicação com a instituição, colocando trabalhadores e alunos da Fiocruz em risco”, afirmou a direção da instituição.
A Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC), a 21ª Delegacia Policial (DP – Bonsucesso) e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) informaram que deflagraram uma ação na região, em mais uma etapa da Operação Torniquete, que visa o “combate aos roubos e receptação de cargas praticados pela facção criminosa que explora as comunidades“.
A corporação admitiu que houve confronto, alegando que seus agentes foram atacados por criminosos ao chegarem na área. Relatos de moradores afirmam que os disparos aconteceram nas favelas do Mandela 1, 2, Varginha e na Avenida Leopoldo Bulhões, que chegou a ser fechada nos dois sentidos. Dentro da Fiocruz, a orla do rio Faria-Timbó também foi interditada. Barricadas foram incendiadas na região.
Segundo a polícia, um suspeito foi morto e outro encaminhado para o Hospital Souza Aguiar. Outros dois supostos criminosos também foram baleados durante o confronto.
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