Na última terça-feira (7), o presidente eleito Donald Trump afirmou durante uma entrevista coletiva que pretendia continuar com seus planos de usar as forças militares e/ou econômicas como medida para que os Estados Unidos reconquiste o controle do Canal do Panamá, e se aposse de um novo território. A área desejada seria a região autônoma da Dinamarca, a Groenlândia.

Paralelamente a isso, o filho do presidente eleito, Donald Trump Júnior iniciou uma visita privada à Groenlândia.

Na entrevista coletiva, quando questionado se havia desistido da ideia de utilizar a coerção militar ou econômica para obter o controle do Canal do Panamá e da Groenlândia, o presidente respondeu: “Não, não posso garantir nenhum desses dois. Mas posso dizer o seguinte: precisamos deles para a segurança econômica”.

Além de seus projetos para Groenlândia e Panamá, Trump também afirmou o seu grande interesse em mudar o nome do Golfo do México para ‘Golfo da América’ e reforçou que pretende implementar tarifas significativas ao México e ao Canadá.

“Ele cobre um grande território”, disse, sobre o Golfo. “‘O Golfo da América’ Que nome bonito.”

Com essa nova declaração, fez com que outra de suas promessas fosse relembrada, a de que pretendia renomear o nome do Denali, o pico mais alto da América do Norte, desta vez para para ‘Monte McKinley’. O nome atual foi dado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em referência e homenagem aos nativos norte-americanos.

Até o momento, nem as autoridades mexicanas, como as panamenhas, comentaram sobre as declarações, porém o atual presidente do Panamá já veio a público outras vezes para rejeitar duramente a suposta proposta dos EUA.

Todas as declarações foram dadas por Trump em sua segunda entrevista coletiva após vencer as eleições presidenciais de 2024, ela foi realizada um dia após o Congresso certificar formalmente sua vitória.

Essa certificação de votos já é uma tradicional etapa exigida pela Constituição dos EUA. Em 2021 a reunião foi interrompida por uma grande multidão que invadiu o prédio do Capitólio, com a intenção de impedir a confirmação e posse do até então presidente norte-americano, Joe Biden.  

Devido a isso, a reunião oficial deste ano, realizada na última segunda-feira (7), contou com ampliação de seguranças. Desta vez, não houve nenhum incidente.

Canadá

Trump alegou que pretende transformar o Canadá em um estado pertencente aos Estados Unidos, além de criticar o apoio dos EUA ao país, ao consumir produtos, e se aliar ao apoio militar.

Em um post na rede social X, Justin Trudeau, o primeiro-ministro canadense, rejeitou a possibilidade de junção entre os países e declarou: “Não há a menor chance de o Canadá se tornar parte dos Estados Unidos (..) Os trabalhadores e as comunidades de ambos os países se beneficiam do fato de serem o maior parceiro comercial e de segurança um do outro”.

Também a ministra das Relações Exteriores do Canadá, Melanie Joly, comentou as declarações de Trump, afirmando que tais falas “mostram uma completa falta de compreensão do que faz do Canadá um país forte… Nunca recuaremos diante de ameaças”.

Além de sua intenção de transformar o Canadá no 51º estado dos EUA, Trump ameaçou adicionar uma tarifa de 25% sobre importações do país, que atualmente envia cerca 75% de todas as exportações de bens e serviços.

Groenlândia

E as ameaças não param por aí. Trump mencionou que tarifas também seriam adicionadas sobre a Dinamarca caso o país resistisse à sua oferta de comprar a Groenlândia que, segundo ele, seria um novo território vital para a segurança nacional dos EUA. A Dinamarca já se pronunciou anteriormente e disse que a Groenlândia não está à venda.

Com tanta repercussão do assunto, o bloco da União Europeia veio a público e apoiou a decisão da Dinamarca.

Jean-Noel Barrot, o chefe da diplomacia francesa, informou nesta quarta-feira (8), que a União Europeia não permitirá que países “ataquem fronteiras soberanas” do bloco europeu, referindo-se à nova ameaça de Donald Trump sobre a Groenlândia.

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, também deu uma declaração informando que “a Groenlândia pertence às pessoas da Groenlândia”.

Além de todas as falas anteriores, o presidente eleito também declarou que acha que os membros da Otan deveriam gastar pelo menos 5% de seu Produto Interno Bruto em defesa, um aumento significativo em relação à meta atual de 2%.

“Acho que a Otan deveria ter 5%”, disse. “Todos eles podem se dar ao luxo, mas deveriam estar em 5%, não 2%.”

*Com informações da Agência Brasil

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Last Update: 08/01/2025