O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, afirmou que existe um apelo de sua família para que ele passe mais tempo em casa e não descartou a possibilidade de deixar o comando da pasta no primeiro semestre deste ano.

A jornalistas, Múcio disse nesta quarta-feira, após o evento que marcou os dois anos dos atos golpistas de 8 de Janeiro, que a conversa definitiva com o presidente Lula (PT) “ficou para depois”.

“Há a questão da família, claro. Eles querem que eu passe mais tempo em casa. Toda família quer sempre a gente mais em casa. É natural”, disse o ministro ao ser questionado se fatores pessoais pesariam para uma eventual saída da Defesa. “Quero ser feliz. Quero sair por essa porta, tem que estabelecer prioridades”, emendou, em referência à entrada do Palácio do Planalto.

No início de dezembro, Múcio comunicou ao presidente e a aliados que tinha intenção de deixar a Esplanada antes do fim do mandato. Em uma conversa com Lula, evocou questões de saúde e pressão da família, mas recuou diante de um pedido do presidente para que permanecesse no cargo até a escolha do seu substituto.

O próprio Lula é o principal fiador da permanência de Múcio na Esplanada, mesmo sob críticas do campo progressista e de uma ala do PT, que vê com maus olhos seu trato diplomático com as Forças Armadas. A relação entre o presidente e o ministro é antiga. Múcio foi ministro das Relações Institucionais no segundo mandato do presidente, deixando o cargo após indicação para uma vaga no Tribunal de Contas da União.

Horas antes de falar à imprensa, Múcio foi elogiado por Lula durante seu discurso na cerimônia que devolveu ao acervo presidencial obras de artes vandalizadas nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Lula agradeceu ao auxiliar pela presença dos comandantes da Aeronaútica, do Exército e da Marinha na solenidade.

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Last Update: 08/01/2025