Quando anunciou o senador J.D. Vance como seu candidato a vice-presidente, no ano passado, Donald Trump reforçou a aposta em um aliado que, apesar do passado crítico, se mostrou leal nos últimos tempos. A pressão sobre o congressista, contudo, tende a se manter até os derradeiros segundos do novo governo.
Nesta segunda-feira 6, o Congresso certifica a vitória de Trump sobre Kamala Harris, vice-presidente e candidata democrata à Casa Branca na disputa do ano passado. Há exatos quatro anos, centenas de apoiadores do republicano invadiram o Capitólio, em Washington, para impedir a ratificação da eleição de Joe Biden.
Escolhido para vice de Trump em 2016, Mike Pence jurou lealdade ao magnata, mas terminou o mandato sob a pecha de traidor por não embarcar na trama que tentou impedir a certificação do triunfo de Biden.
Não à toa, Pence afirmou, em março de 2024, que não apoiaria Trump em sua tentativa de voltar à Casa Branca.
Após várias tentativas fracassadas de Trump e seus aliados de anular a votação de 2020, o então presidente encorajou seus apoiadores a marchar até o Capitólio, onde, aos gritos de “enforquem Mike Pence”, vandalizaram o prédio.
Já no início de 2023, Pence afirmou que Trump teria de responder à história por seu papel no ataque ao Capitólio. “Eu não tinha o direito de reverter a eleição. E as palavras imprudentes dele colocaram em perigo a minha família e todos que estavam no Capitólio naquele dia. Sei que a história responsabilizará Donald Trump.”
Os invasores de 6 de janeiro de 2021 agrediram com barras de ferro os policiais e quebraram vidraças antes de entrar no edifício.
Naquele dia, quatro pessoas morreram, duas delas por ataque cardíaco e outra por uma possível overdose. A última, Ashli Babbitt, foi morta por um policial quando tentava entrar à força na Câmara de Representantes.
Donald Trump acompanhou a balbúrdia pela televisão de dentro da Casa Branca e só pediu tranquilidade depois de horas.