O que esperar do longa sobre o tenor Aldo Baldin, que estreia neste ano

Aldo Baldin foi um tenor brasileiro de destaque internacional. Na Alemanha, onde viveu até falecer inesperadamente de ataque cardíaco, aos 49 anos, se projetou na música clássica.

O documentário Aldo Baldin – Uma vida pela música (1h54min), de Yves Goulart, que passou por diversos festivais em 2024, deve entrar no circuito comercial de cinema no primeiro semestre deste ano. O filme mostra em detalhes a trajetória do tenor.

Há muitos entrevistados no Brasil e no exterior, incluindo maestros, cantores líricos e pessoas que conviveram com Baldin. Destaque para a narração da viúva, Irene Flesch Baldin, que faz a direção musical do audiovisual, e para depoimentos emocionados das filhas Sofia e Serena.

Nascido em Urussanga (SC) e filho de pais italianos, aprendeu gaita de fole e depois piano. Foi parar no Colégio Marista, em Passo Fundo (RS), mas abandonou a formação de religioso para se dedicar à música. Mudou-se para a Porto Alegre a fim de estudar e começou a cantar em 1965.

Depois, seguiu para o Rio de Janeiro. Ele aponta D. Aquilina, de Tubarão (SC), conhecida de sua família, como a responsável por conseguir mantê-lo financeiramente no tempo em que esteve longe da família para aprender e aprimorar sua música.

Seu pai, ligado à vida rural, não entendia bem sua ocupação de artista no exterior, o que o entristecia. Aldo tratava D. Aquilina como mãe afetiva— e ela o via como filho.

Trocou correspondências a vida inteira com D. Aquilina, apresentadas no documentário como uma espécie de diário de suas realizações internacionais e de sua vida lá fora.

Em 1970, Aldo Baldin foi para a Alemanha, onde a carreira deslanchou. Depois, se apresentou nas principais salas de concerto do mundo e se tornou professor catedrático de canto em solo alemão.

O maestro Isaac Karabtchevsky destaca o seu canto mozartiano. Sua narração recitativa como Evangelista da obra Paixão Segundo São João, de Bach, é considerada uma das principais no mundo.

Aliás, seu repertório de concertos se baseava na obra de Bach. Mas era hábil, e suas interpretações se estendiam a óperas, lieds (gênero específico alemão) e oratórios, além de compositores clássicos brasileiros. Gravou uma centena de discos.

O documentário revela também as agruras de um artista na música clássica. Aldo Baldin – um Vida pela Música mostra o quanto o canto lírico é um universo à parte no Brasil. O filme nos apresenta um brasileiro e tanto.

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