O ano de 2025 promete mudanças significativas no panorama econômico mundial. Essas transformações terão efeitos diretos para o Brasil, especialmente no comércio exterior.
Por um lado, a possível estabilização do conflito entre Rússia e Ucrânia pode revitalizar as cadeias globais de suprimentos. Esse cenário tende a beneficiar economias que exportam commodities, como a brasileira.
Por outro lado, o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trará novas dinâmicas ao comércio internacional. Suas políticas protecionistas contra a China podem criar oportunidades para produtos brasileiros, mas exigirão adaptações.
Ao mesmo tempo, o Brasil enfrentará desafios internos. Inflação elevada, juros altos e um dólar valorizado pressionarão os custos de produção e o mercado interno.
O especialista Erick Isoppo, CEO da IDB do Brasil Trading, analisa como essas tendências globais e domésticas moldarão o cenário econômico. Ele também aponta estratégias que empresas brasileiras podem adotar para navegar nesses desafios.
Cessar-fogo na Ucrânia pode beneficiar exportadores
Um possível cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia pode revitalizar cadeias globais de suprimentos. Isso tende a impulsionar economias que exportam commodities, como o Brasil, beneficiando setores agrícola e mineral.
Erick Isoppo, CEO da IDB do Brasil Trading, avalia que “a retomada do diálogo deve destravar a economia global, beneficiando mercados emergentes”. Ele destaca que o aumento da demanda por commodities poderá trazer ganhos para exportadores brasileiros.
Políticas protecionistas dos EUA abrem portas para produtos brasileiros
As políticas de Trump contra a China, com aumento de tarifas, podem favorecer produtos brasileiros nos Estados Unidos. Entretanto, Isoppo alerta para os desafios que o Brasil enfrentará com um dólar projetado a R$ 5,90, elevando os custos de insumos importados.
Além disso, o especialista enfatiza que as empresas brasileiras precisam adaptar suas estratégias. “Planejamento e uma gestão eficiente serão essenciais para aproveitar as oportunidades e superar os desafios cambiais e de custo de produção”, afirma.
Juros e inflação pressionam o mercado interno
No Brasil, a expectativa de queda gradual dos juros foi descartada. Isoppo explica que o aumento da taxa básica e o dólar valorizado trarão inflação mais alta e maior endividamento. Isso deve dificultar o fluxo de caixa para empresas e consumidores.
Ele ressalta que o governo enfrenta pressão para adotar medidas de contenção de gastos. Essa pressão pode trazer benefícios a longo prazo, mas em 2025 será necessário lidar com ajustes no mercado interno.
Foco na gestão e na governança para superar os desafios
Para superar as dificuldades, Isoppo recomenda estratégias claras e bem executadas. Ele sugere ampliar mercados, reduzir endividamento e manter a eficiência operacional. “Planejamento e inovação serão diferenciais importantes para enfrentar a incerteza”, comenta.
Nova liderança no Banco Central busca equilíbrio
Gabriel Galípolo assumirá a presidência do Banco Central em janeiro, liderando a política econômica brasileira. Sua gestão buscará equilibrar o controle da inflação com a retomada do crescimento.
Isoppo destaca que programas como o Minha Casa, Minha Vida, versão 2025, devem ser usados para impulsionar a economia doméstica. Ele conclui que as empresas brasileiras devem se preparar para um ano de transformação no mercado internacional.