Juros se aproximam do trilhão
por Alexandre Silva
O Banco Central (BC) recentemente divulgou seu Boletim de Estatísticas Fiscais, revelando números alarmantes sobre a política fiscal. Embora a área de comunicação tenha se concentrado em dados positivos, como o nível de emprego e massa salarial, é preciso analisar a situação com mais cuidado.
A austeridade fiscal é implementada exclusivamente sobre os setores mais vulneráveis da sociedade, enquanto o governo se compromete com metas inexequíveis e equivocadas em termos de política fiscal e monetária. O Ministro da Fazenda se concentra em zerar o déficit primário, mas isso não ajuda a retomada de um projeto de desenvolvimento econômico e social.
Austeridade fiscal e juros nas alturas.
O governo vem se comprometendo com medidas que afetam negativamente os mais pobres, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), o abono salarial e a redução das regras de reajuste do salário-mínimo. Enquanto isso, o povo do financismo se locupleta com a farra dos recursos bilionários assegurados ao parasitismo.
O boletim do BC nos informa que durante o mês de novembro foram transferidos R$ 92 bilhões aos detentores dos títulos da dívida pública brasileira. O gráfico abaixo nos exibe os valores reais do total de pagamento de juros.

Em 2025 juros próximos de R$ 1 trilhão!
O quadro se agrava ainda mais se levarmos em consideração as recomendações do Comitê de Política Monetária (COPOM) para as próximas reuniões. A Ata mais recente que elevou a SELIC para 12,25% já avançou a séria possibilidade de realizar mais 2 reajustes de 1% para os encontros previstos para janeiro e março.
Paulo Kliass é doutor em economia e membro da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental do governo federal.
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