Os defensores da causa palestina têm como um dos principais argumentos a reafirmar a identidade palestina de Jesus de Nazaré, o homem que lutou contra a ocupação estrangeira do império romano e foi assassinado por isso. No entanto, os sionistas tentam retirar o caráter palestino de Jesus para que os cristãos não tendam ainda mais para a causa palestina.

André Lajst, principal porta-voz de “Israel” no Brasil, publicou em suas redes sociais um texto no dia do natal, afirmando que Jesus era judeu e nasceu em Belém, na Judéia, região predominantemente judaica. No entanto, essa afirmação é muito fraca, pois o Egito mudou de nome diversas vezes, mas isso não significa que o Faraó Ramses não era egípcio.

O texto continua afirmando que os romanos destruíram Jerusalém e expulsaram os judeus, renomeando a região para Assíria Palestina para humilhar os judeus e apagar a história judaica na região. No entanto, hoje quem se rebela são justamente os palestinos, os opressores, os sionistas, usam o nome Judeia e Samaria em vez de falar em Cisjordânia.

Lajst também afirma que o islã só veio a existir 600 anos depois e ocupar a região por meio da expansão colonial de Saladino por volta do ano 1000 da era comum. No entanto, isso é um ponto de falsificação sionista, pois o cristianismo surgiu logo após o assassinato de Jesus e se difundiu por todo o Oriente Médio, com grande destaque na própria terra de Jesus, a Palestina.

Ainda mais absurdo é que o sionista afirma que Saladino, o líder muçulmano que reconquistou a Palestina dos cruzados, seria o líder colonial, enquanto os cruzados, que vieram da Europa para tomar a Palestina não são citados! A ma fé dos sionistas é absoluta, vale tudo para falsificar a história como forma de propaganda em defesa do seu projeto genocida na Palestina.

Então chega o argumento político: a falácia que Jesus era palestino só serve para tentar apagar a história judaica da região e se apropriar da fama de Jesus e do Natal na época de sua celebração para forçar as pessoas a falarem sobre a causa palestina. No entanto, isso é um argumento absurdo, pois Jesus é o messias tanto do islã quanto do cristianismo, e ele nasceu na Palestina, seria estranho se não fossem feitas comparações de sua vida com a história atual.

Aqui vale lembrar os paralelos da vida de Jesus com a situação atual. A Palestina foi um território ocupado por um império estrangeiro que oprimia a população local. Jesus viveu em Nazaré na Galileia, um território ocupado por “Israel” em 1948. Ele lutou contra a ocupação romana e foi assassinado com a punição máxima para os rebeldes, a crucificação.

Ou seja, a história de Jesus é a história de um palestino que luta pela libertação de sua terra. Ele é um símbolo para o próprio povo palestino que é descendente daquele povo que viveu dois mil anos atrás naquela terra.

Aqui aparece uma característica muito interessante. A tradição judaica coloca que após o exílio pelos romanos os judeus se espalharam pelo mundo. De forma geral a história de Jesus e de tudo que aconteceu na terra santa (Palestina) após esse exílio não é reivindicada pelos judeus. Ela é reivindicada pelos cristãos e pelos muçulmanos. É uma novidade do sionismo, do século XIX, a tese de que os judeus devem voltar em massa para a Palestina.

Ele conclui que a causa palestina é importante e justa, porém Jesus era judeu e nasceu em uma região judaica. No entanto, essa afirmação é um ponto alto da história judaica, pois Jesus lutou contra a ocupação romana, ao contrário dos sionistas, que são lacaios do imperialismo moderno. O sionista no fim não quer saber de história nenhuma, quer apenas afirmar que os defensores da Palestina, e da história real da Palestina, são antissemitas e por isso o Estado de “Israel” tem o direito de realizar um genocídio.

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Last Update: 31/12/2024