O ataque inesperado do grupo palestino Hamas em 07 de outubro de 2023 levou as autoridades israelenses a relaxar as medidas de proteção para não combatentes, desencadeando uma das mais sangrentas ações militares do século.
Uma reportagem do jornal The New York Times afirma que a ordem concedeu a militares de médio escalão a autoridade para atacar militantes e locais militares que não eram considerados prioridade em confrontos anteriores.
A ordem permitia que os oficiais perseguissem não apenas os comandantes seniores do grupo armado palestino, como também combatentes de menor escalão, depósitos de armas e lançadores de foguetes.
A ordem, que também dava aos oficiais a autoridade para arriscar a morte de até 20 civis, não tinha precedentes na história militar israelense – por exemplo: os militares poderiam mirar em militantes enquanto estivessem cercados por parentes e vizinhos, em vez de apenas quando estivessem sozinhos ao lado de fora.
Em confrontos anteriores, muitos ataques foram aprovados apenas depois que os oficiais concluíssem que nenhum civil seria ferido e, às vezes, os oficiais podiam arriscar matar até cinco civis, e apenas raramente o limite aumentou para 10 ou mais (embora o número real fosse maior).
Segundo um militar israelense entrevistado pelo NYT, o precedente só foi alterado em 07 de outubro porque se acreditava que Israel enfrentava uma ameaça existencial: além do ataque do Hamas em 07 de outubro, os líderes temiam uma invasão dos aliados palestinos no Líbano e acreditavam em ações militares drásticas.
Apenas nos primeiros dois meses de guerra, mais de 15 mil palestinos foram mortos, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza. As regras israelenses seguem mais permissivas e, desde o início dos embates, outros 30 mil palestinos foram mortos e o total continua a subir, embora os números sejam contestados por Israel.