A destruição do Hospital Al-Sharif, em Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, ocorrida na última sexta-feira (27), é o mais novo capítulo na longa lista de crimes perpetrados pela ditadura sionista contra o povo palestino. As forças de ocupação israelenses invadiram o hospital e incendiaram quatro de suas seções, incluindo áreas de cirurgia, emergência e manutenção, além de raptarem pacientes e membros da equipe médica, que foram obrigados a se despir sob a mira das armas sionistas.

O fato ocorreu pela manhã, após um pesado bombardeio nas proximidades da unidade hospitalar, responsável pelo assassinato de 50 palestinos. Um vídeo divulgado pelo perfil no X do órgão libanês Al Mayadeen mostra o momento em que profissionais de saúde e pacientes são obrigados a deixar o hospital, trajando apenas roupas de baixo em um dia de inverno cuja máxima não passou de 18°C:

Segundo o Ministério da Saúde em Gaza, o fogo usado pela ditadura sionista para destruir o hospital se espalhou rapidamente, destruindo as instalações e obrigando a evacuação de quase 350 pessoas, das quais, 300 pacientes. Muitos desses pacientes, dependentes de equipamentos vitais, foram deixados ao relento, expostos ao frio intenso do inverno no Hemisfério Norte, agravando ainda mais sua condição.

Em Beit Lahia, após serem forçados a abandonar o hospital, os pacientes e os profissionais de saúde foram reunidos no pátio da escola al-Fakhoura, também sob condições climáticas adversas. O ministério apontou que a comunicação com a administração do Hospital Al-Sharif, no norte de Gaza, foi completamente cortada depois que ele foi sitiado pelo exército de ocupação israelense, que deu aos que estavam no hospital apenas 15 minutos para sair para a arena ao ar livre.

O diretor dos hospitais de Gaza alertou que, sem intervenção imediata, o destino inevitável dos moradores da região é a morte. Além disso, ele denunciou que a equipe médica está sendo alvo de abusos sistemáticos pelas forças israelenses em outros hospitais da região.

O Movimento Resistência Islâmica (Hamas) qualificou a destruição do hospital como um “crime de guerra” e responsabilizou tanto o regime israelense quanto o governo dos Estados Unidos pelos ataques. O partido que governa Gaza ressaltou a cumplicidade do imperialismo norte-americano, em nota que pode ser consultada abaixo:

“A queima do Hospital Al-Sharif pelas forças de ocupação é um crime de guerra flagrante que ocorre enquanto o mundo permanece em silêncio.

A queima do Hospital Al-Sharif pelo exército de ocupação fascista, após invadi-lo e remover à força todos os pacientes, feridos, deslocados e a equipe médica dentro, é um crime de guerra flagrante e uma violação evidente das leis internacionais e dos valores humanitários, que está sendo sistematicamente repetida contra hospitais e o setor médico que foi destruído na Faixa de Gaza diante dos olhos do mundo sem que ninguém mova um dedo.

O governo de ocupação terrorista está cometendo esses crimes brutais, contando com a cobertura dos EUA e de algumas capitais ocidentais que são cúmplices e parceiras neste genocídio em andamento contra todos os aspectos da vida em Gaza, juntamente com o vergonhoso silêncio e a inação da comunidade internacional, das Nações Unidas e de suas instituições.

Afirmamos que o terrorismo sionista, a guerra genocida e a limpeza étnica que estão em andamento há mais de 15 meses, não terão sucesso em quebrar a vontade do nosso povo e sua resistência ou em empurrá-los a abrir mão de qualquer um de seus direitos inalienáveis.

Movimento de Resistência Islâmica (Hamas)

27 de dezembro

Sítio oficial – Movimento Hamas”

A ofensiva contra o Al-Sharif se soma ao bombardeio ao hospital al-Awda, também no norte de Gaza, onde tropas israelenses dispararam diretamente contra a estrutura após detonar um explosivo controlado remotamente nas proximidades. A intensificação dos bombardeios sionistas já deixou mais de 10 mortos e pelo menos 30 feridos somente na sexta-feira (27). Residências também foram alvejadas em Jabalia, al-Sabra e al-Zaytoun, com vários civis mortos ou soterrados, enquanto equipes de resgate foram impedidas de atuar devido à proibição de coordenação com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

A destruição deliberada de hospitais, a perseguição a médicos e pacientes e o cerco implacável são a expressão brutal da intenção genocida da ditadura sionista. Sob o pretexto de “segurança”, “Israel” avança com sua política bárbara, orientada a castigar com a máxima ferocidade a população civil palestina, enquanto as potências imperialistas permanecem silenciosas, coniventes omissas diante da selvageria desenfreada do enclave imperialista.

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Last Update: 28/12/2024