Após a jovem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, ser atingida com um tiro na cabeça durante uma ação da Polícia Rodoviária Federal, o diretor-geral da corporação, Antônio Fernando Souza Oliveira, defendeu o uso de câmeras corporais.
“Elas [câmaras corporais] defendem a atividade policial. Mas, para que esse fato não ocorra mais, para que a gente não lamente mais vítimas dessa natureza, existem passos além de só um esforço legislativo”, disse nesta quinta-feira 25 em entrevista à GloboNews.
Antônio ainda defendeu o decreto do presidente Lula (PT) que regulamenta o uso da força durante operações policiais. “Acredito que o decreto do presidente é acertado para toda a atividade policial”, disse.
O diretor-geral afirmou que, na sua avaliação, a PRF não está fracassando na tentativa de mudar a cultura da corporação. “Não acredito de forma alguma que estamos fracassando. Nossos números mostram o sucesso da implementação desses novos posicionamentos, da revisão da matriz de ensino”.
Entenda o caso
A vítima estava indo com a família, de cinco pessoas, passar o Natal na casa de parentes em Itaipu, Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, quando o carro foi atingido por vários disparos feitos pelos agentes da PRF, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O caso aconteceu por volta das 21h. Após o carro ser alvejado, ela foi encaminhada ao Hospital Municipal Adão Pereira Nunes, em Caxias, e precisou ser entubada, passou por cirurgia e o quadro de saúde é considerado gravíssimo.
O pai da jovem, Alexandre da Silva Rangel, de 53 anos, também deu entrada na unidade de saúde com um tiro na mão esquerda. Ele foi avaliado pela cirurgia geral e ortopedia da unidade hospitalar, não sendo constatadas lesões ou fraturas, apenas um pequeno corte, e recebeu alta ainda na noite de terça-feira.
A PRF informou que “a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, determinou abertura de procedimento interno para apuração dos fatos relacionados à ocorrência da noite de terça-feira, na BR-040, Rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os agentes envolvidos foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais“.