A anulação das eleições presidenciais na Romênia, sob o pretexto de interferência russa, revela um novo capítulo da ingerência imperialista nos países do Leste Europeu. Uma investigação desmascarou a mentira de que a candidatura de Calin Georgescu teria sido beneficiada por Moscou, comprovando, ao invés disso, o envolvimento direto do partido pró-imperialista Partido Nacional Liberal (PNL) no financiamento das campanhas que alavancaram Georgescu nas redes sociais.
Calin Georgescu, com uma política contrária à OTAN e à União Europeia, havia surgido como uma surpresa eleitoral ao liderar o primeiro turno das eleições com 22,94% dos votos. Sua ascensão representou, portanto, um problema às forças pró-imperialistas, como Elena Lasconi, candidata abertamente pró-UE.
A decisão da Corte Constitucional de anular o pleito, baseada em alegações de “irregularidades” e suposta interferência russa, foi prontamente utilizada como pretexto para desmoralizar a vitória do candidato, em um claro golpe eleitoral.
Os documentos utilizados para justificar a anulação mencionavam ataques cibernéticos russos e manipulação de algoritmos em redes sociais. Contudo, segundo investigação noticiada pela emissora RT, os recursos utilizados na campanha de Georgescu provinham do próprio PNL e de sua parceria com a consultoria Kensington Communication.
Desde sua integração à OTAN, em 2004, e à União Europeia, em 2007, a Romênia tem servido como peça-chave no cerco militar e econômico contra a Rússia. Sua posição geográfica, com fronteira extensa com a Ucrânia e acesso ao Mar Negro, é crucial para as operações imperialistas na região. Nesse sentido, a ascensão de uma candidatura como a de Georgescu representa uma ameaça direta à dominação do imperialismo.
A decisão de anular o pleito foi apoiada e orquestrada por instituições romenas completamente subordinadas ao imperialismo, como o Conselho Nacional de Segurança e a agência de inteligência. A imprensa burguesa e governos como os dos Estados Unidos e Reino Unido não tardaram em apoiar as alegações contra Georgescu, apesar da ausência de provas concretas. Moscou, por sua vez, negou qualquer envolvimento no caso.
A anulação das eleições presidenciais na Romênia é mais do que uma manobra local, é um exemplo de como o imperialismo age para tentar controlar governos em regiões importantes segundo seus interesses. A investigação citada demonstra que, diferente do que diz a propaganda da imprensa imperialista, a verdadeira ameaça à soberania dos povos é o imperialismo, que não hesita em fazer o que for preciso para manter sua dominação.