As organizações palestinas Hamas, Jiade Islâmica e Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) emitiram um comunicado conjunto, alertando para a necessidade urgente de conter a escalada de violência em Jenin e preservar a unidade nacional palestina. Em meio à repressão promovida pela Autoridade Palestina (AP) na região, as lideranças da resistência reforçaram a prioridade de proteger o sangue palestino e evitar divisões internas que poderiam enfraquecer a luta contra a ocupação sionista.
Os eventos recentes em Jenin, marcados por uma ofensiva da AP contra combatentes da resistência e moradores do campo de refugiados, foram classificados pelas organizações como uma “trágica campanha de segurança”. Esse tipo de ação, promovida sob pretextos de controle e ordem, tem sido visto como uma traição aos princípios da luta palestina, ao colaborar com os interesses do exército de ocupação.
No comunicado, as organizações alertaram que a repressão interna não pode servir como ferramenta para atender às demandas do imperialismo e da entidade sionista, sob risco de destruir os esforços de resistência.
As armas da resistência, ressaltaram as lideranças, são uma propriedade coletiva e têm como objetivo exclusivo combater as forças de ocupação que promovem a guerra genocida em Gaza e as constantes agressões na Cisjordânia. “Essas armas são legítimas e puras”, afirmaram, reafirmando a necessidade de protegê-las e garantir que não sejam usadas contra os próprios palestinos.
O comunicado também exigiu que a Autoridade Palestina se abstenha de qualquer ação que ameace a paz social ou contribua para alimentar divisões internas, reforçando que a unidade palestina é um “dever nacional”.
Confrontos em Jenin e outras regiões da Cisjordânia
Enquanto as lideranças tentam conter a violência interna, a resistência em Jenin protagoniza uma série de confrontos intensos contra o exército de ocupação. A Brigada de Jenin, ligada à Saraya al-Quds (Braço armado da Jiade Islâmica), anunciou a explosão de um artefato contra um veículo militar no eixo de Al-Ragheb, causando baixas entre os soldados israelenses. Além disso, batalhas ferozes foram travadas em diversos pontos da cidade, com ataques a soldados e veículos usando armas automáticas e explosivos. As Brigadas dos Mártires de Al-Aqsa também participaram das ações, reafirmando a determinação da resistência em enfrentar a ocupação.
A escalada de confrontos não se restringe a Jenin. Na madrugada da última sexta-feira (20), tropas israelenses invadiram o campo de refugiados de Balata, em Nablus, promovendo demolições e destruindo infraestrutura na área comercial. Os soldados também realizaram batidas em várias localidades, incluindo Birzeit, Al-Bireh, Hebron e Qalqilya, sequestrando jovens e familiares de combatentes.
A colaboração da AP com forças israelenses, apresentada como uma tentativa de controlar “grupos armados”, tem sido denunciada como uma política que serve aos interesses do imperialismo e da entidade sionista. Essa cooperação enfraquece a resistência e coloca em risco a unidade do povo palestino, e tem gerado indignação e revolta entre os movimentos de luta.
A preservação da unidade palestina é vista pelas organizações da resistência como um elemento essencial para enfrentar a guerra genocida em Gaza e as incursões diárias na Cisjordânia. Apesar das adversidades, os movimentos de resistência continuam a demonstrar capacidade de organização e enfrentamento, destacando que a luta contra a ocupação está mais viva do que nunca.