Uma reportagem do jornal norte-americano Washington Post e repercutida pelo sítio russo RT, na matéria intitulada Kiev increasingly sees conflict ending in 2025 –WaPo, traz uma análise preocupante para o imperialismo sobre a evolução da Ucrânia no conflito em andamento com a Rússia. Segundo fontes do governo de Vladimir Zelensky, o cenário interno no país tem se deteriorado de forma significante e a perspectiva de um desfecho favorável para a ditadura mundial parece cada vez mais distante. O jornal destaca que a vitória eleitoral de Donald Trump nos Estados Unidos já está pressionando Quieve a considerar negociações, algo que até recentemente era descartado pelo governo Biden.
Trump prometeu durante sua campanha encerrar o conflito “em um dia”, embora tenha reconhecido posteriormente que o processo possa ser mais demorado. Conforme o WP, a estratégia do presidente eleito provavelmente envolverá o congelamento dos combates ao longo da atual linha de contato, utilizando a assistência militar dos EUA como alavanca para forçar Zelensky a negociar com Vladimir Putin aos termos do líder da Federação Russa.
Um alto funcionário ucraniano admitiu que, não fosse pela insistência de Trump em promover conversas de paz, a ideia de negociação sequer estaria sendo cogitada. Apesar disso, o mesmo oficial enfatizou que qualquer acordo com Putin parece inviável, refletindo a inimizade generalizada do governo ucraniano em relação aos interesses russos.
Desde o início do conflito em 2022, Zelensky mantinha uma posição inflexível, insistindo na restauração das fronteiras de 1991 e rejeitando qualquer compromisso que não incluísse a recuperação das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson, Zaporozhye e da Crimeia. Essa postura foi acompanhada por uma proposta de “paz punitiva” que exigia reparos financeiros da Rússia e a entrega de oficiais russos para julgamento em tribunais de crimes de guerra. Algo não só escatológico, mas inviável, até para os padrões imperialistas.
Porém, o WP aponta que a retórica de Zelensky mudou. Em vez de falar em “vitória”, ele agora defende uma “paz justa”, com garantias de segurança do imperialismo, possivelmente na forma de adesão à OTAN – algo que os russos, razoavelmente, jamais aceitarão. A situação dos territórios atualmente controlados pela Rússia, no entanto, permanece indefinida para o regime de Quieve.
Por outro lado, Moscou reafirma que qualquer acordo deve começar com a Ucrânia cessando suas operações militares em solo ucraniano, terroristas em solo russo e reconhecendo a realidade territorial – ou seja, a perda definitiva das regiões de maioria russa. Ademais, o Crêmlin insiste que seus objetivos humanitários e políticos no conflito, como a neutralidade ucraniana, desmilitarização e desnazificação, devem ser alcançados.
Após um encontro recente com Zelensky em Paris, Trump afirmou que o líder ucraniano “gostaria de chegar a um acordo e parar com a loucura”, mas foi imediatamente desmentido por Zelensky, que reforçou que o conflito “não pode simplesmente terminar com um pedaço de papel e algumas assinaturas”. Ele também destacou que Putin “só pode ser detido pela força”.
Além do impasse diplomático, o WP traz informações relevantes sobre a situação interna na Ucrânia sob a ótica do imperialismo, os maiores interessados em uma eventual – embora improvável – vitória ucraniana. O exército ucraniano enfrenta um aumento expressivo nas deserções, refletindo tanto o desgaste prolongado do conflito quanto a falta de perspectiva da população. As baixas humanas e materiais continuam crescendo, enquanto o apoio do imperialismo passa por um momento de incerteza diante da troca de governo nos EUA.
A eleição de Trump é um possível divisor de águas no conflito, como menciona o jornal norte-americano. Embora seu discurso pela paz possa sugerir uma oportunidade para encerrar as hostilidades, suas ameaças de cortar a assistência militar à Ucrânia colocam o país em uma posição ainda mais precária diante do exército russo. Como destaca Mike Waltz, indicado de Trump para ser conselheiro de segurança nacional, a ideia de recuperar todos os territórios – incluindo a Crimeia – não é “um objetivo realista neste ponto”.
Essa mudança no discurso também reflete uma transição mais ampla nos objetivos do imperialismo. Se antes a postura dominante era de apoio irrestrito a Quieve, agora há uma crescente busca por uma solução negociada. Essa mudança pode ser fatal para Zelensky, cuja liderança se sustenta em grande parte no apoio externo e na agitação belicista contra o governo e a população russa.
A reportagem de WP deixa claro que a situação ucraniana é desesperadora e longe de uma resolução positiva. Embora não seja possível prever o fim do conflito, é evidente que a Ucrânia enfrenta um momento crítico. A combinação de pressões diplomáticas, desgaste militar e incerteza política cria um cenário sombrio para o regime nazista ucraniano, agravado pela ascensão de Trump.