Agentes da Polícia Federal (PF) confirmaram que possuem provas suficientes para indiciar o vereador Carlos Bolsonaro (PL), filho do presidente Jair Bolsonaro, por espionagem ilegal no caso conhecido como “Abin Paralela”, um esquema de arapongagem contra adversários do ex-presidente.
De acordo com fontes policiais, o inquérito deve ser concluído em agosto e a ideia é evitar a contaminação das eleições municipais de outubro.
O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem, candidato a prefeito do Rio de Janeiro, também deve ser indiciado junto com o vereador, que é atual coordenador da sua pré-campanha.
O caso da Abin Paralela está diretamente relacionado ao chamado Gabinete do Ódio, usado para disseminar fake news contra rivais.
Em janeiro, a PF realizou nove mandados de busca e apreensão em casas ligadas a Carlos Bolsonaro.
Além do vereador, foram alvos da ação Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora dele, e Priscila Pereira e Silva, assessora de Ramagem.
Na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, outro assessor do vereador, foram apreendidos computadores, dez celulares e uma arma. Um computador da Abin também foi apreendido.
As buscas foram determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Os alvos eram considerados o chamado núcleo político na estrutura paralela da Abin.
O ex-ministro Gustavo Bebianno contou que o vereador sugeriu a criação da Abin Paralela em 2020.
O ex-ministro disse que Carlos lhe procurou com o nome de um delegado federal e de três agentes que formariam a Abin paralela, porque ele não confiava na estrutura da época.
“O general Heleno foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas ele não é de confronto. O assunto acabou com o general Santos Cruz e comigo e nós aconselhamos o presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma porque era muito pior que o gabinete do ódio, aquilo, sim, seria motivo para impeachment. Não sei se isso foi instalado ou não”, disse ao programa de tevê.