A chefe de gabinete do senador Davi Alcolumbre (União-AP), Ana Paula Magalhães Lima, também foi citada nas investigações


O empresário Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo” e acusado de liderar um esquema de fraudes em licitações públicas envolvendo recursos de emendas parlamentares, poderá desencadear uma “nova Lava Jato” por meio de sua delação premiada. Moura, preso na semana passada, recebeu uma proposta da Polícia Federal para colaborar com as investigações.

Por que “nova Lava Jato”?

O termo se deve à ampla abrangência política do esquema, como revelaram, em caráter reservado, investigadores e até integrantes do governo federal.

O empresário tem laços estreitos com figuras influentes, incluindo o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que o indicou para o diretório nacional do União Brasil.

A PF suspeita que Ana Paula facilitava o processo de liberação de emendas, ampliando o alcance do esquema e sua conexão com o meio político.

Mandados de prisão

Quatro mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos contra membros do esquema. Os alvos incluem:

  • Vidigal Cafezeiro, vice-prefeito de Lauro de Freitas (Republicanos);
  • Lucas Dias, secretário de Mobilidade Urbana de Vitória da Conquista;
  • Um operador financeiro;
  • Um policial federal de Salvador.

De acordo com a PF, todos os envolvidos fazem parte de uma organização criminosa estruturada para fraudar licitações e desviar recursos públicos.

Liderança do esquema

As investigações indicam como líderes do grupo os empresários Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, e Alex Parente. Moura, que foi preso na primeira fase da operação, é acusado de articular contratos fraudulentos que movimentaram aproximadamente R$ 1,4 bilhão nos últimos anos, sendo R$ 800 milhões somente em 2024.

A organização utilizava contratos públicos para lavar dinheiro e garantir vantagens financeiras ilícitas a seus membros e aliados. Na primeira etapa, realizada em 10 de dezembro, a PF apreendeu R$ 1,5 milhão em espécie e documentos detalhando superfaturamento e manipulação de licitações.

Decisão judicial

Mesmo com a gravidade das acusações, os 17 presos da primeira fase foram soltos na última sexta-feira (20) por decisão da desembargadora Daniele Maranhão, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

Nota da PF

Em comunicado, a Polícia Federal destacou a complexidade do esquema e a influência política dos envolvidos:

“Os indícios obtidos revelam uma organização com elevado grau de sofisticação e forte influência política.”

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Last Update: 23/12/2024