Como cantora solo, Larissa Luz lançou os álbuns de estúdio Mundança (2012), Território Conquistado (2016) e Trovão (2019). Agora, apresenta inicialmente em formato EP quatro faixas de seu quarto disco, Fio Pavio.
Essas músicas compõem o que ela classifica de prefácio, “o início de uma narrativa”. O álbum completo deve sair no começo de 2025.
“É um trabalho que fala muito de corpos em movimento, de dança. Faz todo o sentido que essa explosão toda já esteja acontecendo antes do Carnaval”, afirmou a artista a CartaCapital. O EP é produzido por Rafa Dias, integrante e idealizador do grupo Àttooxxá.
Larissa Luz oferece atitude e transgressão nas faixas. “Sempre quis fazer minha arte como ferramenta de transformação”, diz. “Sempre me vi no lugar da rebeldia. Estava sempre querendo fazer, mexer com a realidade.”
Ela avalia que a maturidade a abrandou, mas que deu início a uma fase de resgatar a “energia rock and roll e transgressora”.
Segundo a baiana, o novo disco é sobre “acender e mexer com o que se acredita e espera”.
Musicalmente, o projeto combina elementos de amapiano, samba-reggae e rock. “Trouxe alguns ritmos que não tinha explorado tanto. Há muito tempo venho fazendo esse trabalho de pesquisa de fusão entre ritmos originalmente africanos, que têm origem negra de alguma forma.”
Larissa Luz tem realizado esporadicamente o projeto Elza Tributo, mas está mesmo mergulhada em Torto Arado – o Musical, em apresentações pelo País.
“Fazer Torto Arado se encaixa na minha ideia por trás do disco. Torto Arado é uma obra revolucionária, fala de direitos, fala de enxergar pessoas que são inviabilizadas”, explica, em referência à obra literária de Itamar Vieira Júnior.
Nesse trabalho, Larissa Luz foi indicada ao Prêmio APCA 2024 de teatro na categoria atriz. Ela interpreta Bibiana, uma das personagens principais do livro.
“Bibiana me acrescenta muito enquanto mulher, artista, cantora, ativista, apesar da realidade diferente”. “Sou muito feliz por poder contribuir para essa obra de Itamar virar corpo em movimento.”
Assista à entrevista de Larissa Luz a CartaCapital: