A população cubana tomou as ruas do Malecón (beira-mar) da capital Havana, na última sexta-feira (20), em protesto pelo fim do bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos. O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, e o general-de-exército Raúl Castro Ruz lideraram a marcha que também pediu a retirada do país da lista de Estados patrocinadores do terrorismo.
De acordo com o jornal cubano Granma, Díaz-Canel acusou o atual presidente norte-americano, Joe Biden, de manter a hostilidade contra ilha assim como Donald Trump, que agora volta para a presidência.
Ainda segundo o presidente cubano, a manutenção de Cuba na sua listagem de países promotores do terrorismo é arrogância, além de ser uma imoralidade sendo que vem justamente do país que mais favorece ações violentas contra a ilha: o próprio Estados Unidos.
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Em suas redes Canel celebrou a marcha do povo que ressoou o grito pelo oceano: “Não somos terroristas. Tire-nos da lista”.
Gracias Cuba, por superar otra vez la imaginación más fértil. Por esa gran MarchaDelPueblo con el General de Ejército al frente. Por el grito unánime: "No somos terroristas. Sáquennos de la lista" y TumbaElBloqueo.
Gracias por la inspiración infinita. pic.twitter.com/x62Ev5I11z
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) December 21, 2024
Defesa da Revolução
Uma das motivações da marcha é para que o presidente Biden, em fim de mandato, cumpra com a promessa de retirar o país da lista de patrocinadores do terrorismo.
Ainda que não exista sinais nesse sentido, a grande passeata que reuniu mais de 500 mil pessoas (Cuba tem aproximadamente 11 milhões de habitantes) demonstra a união do povo na defesa da Revolução e do Socialismo.
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O pedido, mais do que justo, pelo fim do bloqueio econômico e pela retirada do país da lista é urgente para acabar com a asfixia que os EUA exerce contra a população cubana, sendo esta uma das ações coercitivas contra um Estado soberano mais longas e abrangentes da história.
Bloqueio
A coerção criminosa dos EUA contra Cuba tem se agravado ao longo das décadas. Entre as medidas impostas uma delas impede navios de outros países de atracar nos EUA por certo período se passarem por Cuba. Além disso, produtos cubanos ou com matéria-prima da ilha são proibidos de entrar nos EUA, a não ser que tenham licença específica.
Mas o que mais causa problemas para Cuba é o impedimento de acesso a dinheiro e financiamento externo. Os EUA utilizam sua influência e votos em organizações financeiras e de governança multilateral para dificultar o acesso do país caribenho a estes meios como também impede a celebração de acordos bilaterais diretamente com outros países. Estes preferem não se indispor com os norte-americanos para não sofrerem alguma retaliação comercial ou sanção similar aos cubanos em organismo internacionais.
Da mesma forma estar na infame lista de Estados patrocinadores do terrorismo impõem que pessoas e países não tenham nenhum comércio com Cuba sob o risco de também sofrerem algum embargo.
Com sanções desde 1962 por meio de restrições comerciais e dificuldade de diálogo com outras nações por conta do governo do Tio Sam, Cuba tem sofrido o impacto na sua economia. Mas como foi demonstrado nas ruas de Havana nesta sexta, a defesa da Revolução Cubana permanece viva.
Veja um pouco das manifestações em Havana pela página Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba: