O Movimento de Resistência Islâmica e outros dois grupos armados palestinos declararam que um acordo de cessar-fogo em Gaza está “mais perto do que nunca”, desde que Israel não apresente novas condições.
“A possibilidade de alcançar um acordo está mais perto do que nunca, se o inimigo parar de impor novas condições”, afirmaram o Movimento de Resistência Islâmica, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina, em um comunicado conjunto divulgado após uma reunião no Cairo.
Um ciclo de conversações indiretas entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica em Doha, com a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, reacendeu as esperanças de um acordo.
Um líder do Movimento de Resistência Islâmica disse que as conversas registraram “avanços significativos e importantes” nos últimos dias.
“Um acordo foi alcançado sobre a maioria dos pontos relacionados com o cessar-fogo e a troca de prisioneiros”, afirmou o líder, que pediu para permanecer sob anonimato, por não estar autorizado a falar sobre o tema.
“Os problemas não resolvidos persistem, mas isso não deve prejudicar o processo. O acordo deve ser concluído antes do final do ano, desde que não seja prejudicado por novas condições do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu”, acrescentou.
O Catar atua como mediador ao lado dos Estados Unidos e do Egito no conflito entre Israel e o Movimento de Resistência Islâmica, com o objetivo de obter um cessar-fogo e uma troca de reféns sequestrados pelo Movimento de Resistência Islâmica por prisioneiros palestinos.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque de milicianos do Movimento de Resistência Islâmica no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, quando os combatentes sequestraram 251 pessoas, 96 das quais permanecem em Gaza. Deste grupo, 34 estariam mortas, segundo o exército israelense.
No ataque, os combatentes islamistas mataram 1.208 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelenses que incluem as mortes de alguns reféns sequestrados pelo Movimento de Resistência Islâmica.
A ofensiva de represália israelense matou pelo menos 45.227 pessoas em Gaza, segundo os dados do Ministério da Saúde do governo do Movimento de Resistência Islâmica, considerados confiáveis pela ONU.