Diretores do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro Centro Norte (Fetec/cn), convidados pelo Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, visitaram as agências do Banco do Brasil entre os dias 11 e 13 de dezembro para avaliar o projeto piloto do “Inova Varejo”.
O presidente da FETEC/CUT/CN, Rodrigo Brito, relatou que a insatisfação é quase unânime entre os funcionários, pois o projeto prioriza a área negocial e a clientela de alta renda, excluindo os de baixa renda, e precariza as relações de trabalho.
Problemas com a nova proposta de encarteiramento dos clientes, metrificação entre o orçado e realizado, fechamento de postos de trabalho, aumento da sobrecarga de tarefas e do adoecimento do funcionalismo foram questões que ficaram nítidas durante as vistorias e reuniões realizadas.
O projeto “Inova Varejo” é mais uma medida da implementação da “reforma” bancária que está em pleno desenvolvimento no País, cujos interesses recaem, única e exclusivamente, aos banqueiros e especuladores financeiros nacionais e internacionais.
Desde 2019, os bancos já fecharam 3.216 agências bancárias em todo o País e, nos últimos 12 meses, foram fechados mais de 4 mil postos de trabalho, ou seja, demissão em massa.
Com essa política, apenas 55,5% dos 5.565 municípios brasileiros possuem uma agência bancária, ou 44,55% do total, não contam com este serviço. Em consequência, 18 milhões de brasileiros estão sem atendimento bancário em suas cidades.
Tudo isso faz parte do processo de “enxugamento” do sistema bancário, concentrando ainda mais o capital financeiro em direção aos bancos múltiplos e nas chamadas fintechs, com o aumento indiscriminado da lucratividade no setor.
A concentração de capital financeiro, decorrente dessa política, vem inviabilizando os bancos estatais, eliminando o sistema da Caixa Econômica e provocando o fechamento generalizado de agências e a diminuição da participação do setor público na economia.
Como consequência, o que se constata são maiores restrições ao crédito e aos serviços bancários, principalmente para os pequenos clientes, além do inevitável crescimento da taxa de juros e da agiotagem.
Se a manobra da “Reforma” Bancária interessa aos banqueiros nacionais e internacionais não virá, sem sombra de dúvidas, beneficiar aos trabalhadores brasileiros e, em especial aos bancários.
Junto a essas medidas, vem o aumento da exploração da mão-de-obra barata, o uso abusivo das horas extras gratuitas, a terceirização, assédio moral e as demissões em massa.
O objetivo dos banqueiros é lucrar cada vez mais. É a submissão total da economia brasileira aos interesses gananciosos dos banqueiros e do imperialismo mundial.
Cabe aos bancários, assim como toda a população, a defesa das funções sociais do sistema bancário como provedor de créditos e serviços e mais ainda, a defesa dos empregos e dos salários da categoria bancária frente a mais este ataque.