A pobreza e a repressão aumentaram na Argentina sob o governo de Javier Milei. É o que revela um documento da Anistia Internacional, enviado ao próprio líder, que destaca “preocupações sérias” com os dados “alarmantes” do país.

Um dos principais dados apresentados pela organização internacional foi o aumento da pobreza, que passou de 41,7% para 52,9% este ano. Isso representa cerca de 15 milhões de argentinos, incluindo cerca de 1 milhão de crianças que “vão dormir sem jantar”, de acordo com a Unicef.

O aumento da pobreza foi causado pelas políticas de ajuste do novo governo, mostra a instituição. Entre os mais afetados estão as mulheres e os aposentados, que não podem se sustentar minimamente com o que recebem. São 3 milhões de aposentados que estão abaixo da linha da pobreza na Argentina.

Entre as políticas adotadas por Milei, um decreto que fez ajustes na chamada “Lei ônibus” e a privatização de empresas estatais afetaram os dados do país.

Paralelamente, com a insatisfação da população e o aumento dos protestos, o presidente Javier Milei também aumentou a repressão. A Anistia Internacional viu com preocupação que mais de 1 mil pessoas foram feridas em 15 manifestações, muitas delas gravemente feridas com balas de borracha na cabeça, no rosto e danos à visão.

Também 50 jornalistas e profissionais da imprensa foram feridos durante as coberturas dos protestos e 73 pessoas foram levadas à prisão por participarem dos atos.

A carta da Anistia questiona os métodos agressivos da segurança pública do governo Milei, incluindo o uso de balas de borracha, caminhões hidrantes, gás lacrimogêneo e espancamentos com cassetetes. A instituição revelou que “até mesmo, em casos emblemáticos, crianças foram afetadas pela violência repressiva”.

A Anistia afirma que Milei adotou um uso “desproporcionado” da repressão e criminalização pelas forças de segurança.

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Last Update: 20/12/2024