Armas, uniformes e bandeiras nazistas apreendidos com suspeitos de integrarem um grupo neonazista em Santa Catarina, em 2022. Foto: Polícia Civil de Santa Catarina

Um relatório da ONU sobre a expansão de movimentos neonazistas incluiu o Brasil em seu informe anual, destacando o fortalecimento de grupos e incidentes relacionados. O documento será debatido durante a reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, que ocorre até meados de julho em Genebra.

O informe, intitulado “Combatendo a Glorificação do Nazismo e Neonazismo”, foi elaborado pela relatora da ONU sobre formas contemporâneas de racismo e xenofobia, Ashwini K.P., com o objetivo de identificar a extensão desse fenômeno e apresentar propostas para que os governos possam enfrentá-lo de maneira eficaz.

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Itens nazistas apreendidos pela polícia em Santa Catarina. Foto: Polícia Civil de Santa Catarina

Os Estados forneceram informações à relatora, que consolidou os dados no documento oficial. Além do Brasil, foram mencionados casos em mais de vinte países.

Ashwini K.P. relatou que o Conselho Nacional de Direitos Humanos do Brasil informou sobre um aumento preocupante no discurso de ódio e nas manifestações neonazistas nos últimos anos. Em resposta a essa ameaça crescente, o conselho estabeleceu um Relator Especial para o Combate ao Crescimento de Células Neonazistas no Brasil, encarregado de coletar dados sobre o aumento desses movimentos.

O documento destaca que, em 2021, o Centro Nacional de Crimes Cibernéticos no Brasil recebeu e processou 14.476 denúncias anônimas relacionadas ao neonazismo, enfatizando a seriedade da situação e a necessidade urgente de intervenção.

Ataques em escolas

Dados também foram submetidos à relatora da ONU pela Campanha Brasileira pelo Direito à Educação, destacando os “níveis crescentes de ultraconservadorismo no sistema educacional do Brasil”.

Ela forneceu informações sobre recentes ataques violentos em escolas, que foram descritos como relacionados a tendências sociais ligados à intolerância e à glorificação do nazismo.

Os autores desses ataques incorporam perspectivas e valores de opressão, abrangendo manifestações de racismo, misoginia e tendências autoritárias frequentemente associadas a ideologias fascistas e nazistas.

Segundo o documento, os autores dos ataques foram “frequentemente recrutados e radicalizados on-line, consumindo e promovendo com frequência conteúdo e símbolos neonazistas”.

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Última Atualização: 01/07/2024