Em recente entrevista ao Programa Fantástico, da Rede Globo, o presidente Lula asseverou: “Ninguém no mercado tem mais responsabilidade fiscal do que eu”. Mais do que uma frase de efeito, o que Lula disse para a jornalista Sônia Bridi é a expressão da verdade.

Basta analisar as realizações de seus governos, tanto na área econômica quanto na área social, para se vislumbrar a sua assertiva. Toda a preocupação do presidente da República e do seu ministro da Fazenda, Fernando Haddad, é com o equilíbrio das contas públicas. Essa preocupação foi o que motivou, ainda no final de 2022, a aprovação da PEC da Transição.

É sabido por todos que a dupla Bolsonaro-Guedes não deixou recursos para o pagamento do auxílio emergencial (Bolsa Família). O que se presume são duas alternativas caso eles vencessem as eleições: interromper o programa ou diminuir em muito o seu valor.  Ao falar de indivíduos cujo forte de suas personalidades não é a empatia com o sofrimento do outro, tudo é possível.

Plano Econômico

A proposta apresentada pela equipe econômica conta com o aval integral de Lula. É um ajuste nas contas para cumprir o binômio responsabilidade e previsibilidade, que tem sido a tônica do atual governo desde a posse, em janeiro de 2023. A aprovação da Reforma Tributária, do voto de qualidade no Carf e a diminuição paulatina das exorbitantes isenções tributárias compõem um cenário de crescimento da economia no longo prazo.

O crescimento, que é uma necessidade para o Brasil, vem com o alargamento do mercado de trabalho e com o aumento dos investimentos. Esse crescimento da renda e do emprego se dá sob uma agroindústria operando na capacidade máxima e com uma pauta de exportação crescente de grãos e de carnes, fortalecida pela desvalorização do real. Isso produz uma inflação de demanda que impacta na cesta básica e gera uma sensação de aumento nos preços.

Volátil como a questão climática, a inflação de demanda não necessitava de um aumento de 1 ponto percentual na taxa de juros. Foi excesso de ortodoxia do Banco Central. Vai custar caro.  O mercado financeiro, ao especular contra o real, flerta com a insatisfação popular. Entretanto, como um setor minoritário da sociedade civil e, inclusive, do mundo empresarial, eles sabem que a hora de coçar o bolso se aproxima — e é isso que eles temem.

Já o extremismo direitista, envolvido até o último fio de cabelo na trama golpista, se agarra na especulação rentista como tábua de salvação. Não adiantará! A solidez da economia os derrotará.

Alberto Cantalice é diretor da Fundação Perseu Abramo e membro da Direção do PT

Publicado na Focus Brasil

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Last Update: 18/12/2024