As equipes de emergência procuravam nesta quarta-feira (18) sobreviventes que podem ter ficado presos em edifícios que desabaram após o forte abalamento que atingiu Vanuatu, pequena ilha no Pacífico, onde as autoridades registraram nove mortes, após uma revisão do balanço de vítimas.
“Nove mortes confirmadas pelo hospital Central Vila”, afirma o boletim divulgado pela Agência Nacional de Gestão de Desastres, que alertou para um possível aumento do número de vítimas.
O boletim reduziu o número de vítimas: o balanço divulgado na terça-feira pela agência citava 14 mortos.
Após os gritos de três pessoas sob os escombros de uma loja de três andares que desabou em Port Vila, dezenas de policiais, médicos, socorristas e voluntários lutavam para retirar os destroços, explicou à AFP o morador Michael Thompson, entrevistado por telefone via satélite.
Após um apelo por silêncio, os socorristas ouviram novamente as três vozes. “Tiramos três pessoas que estavam presas. Infelizmente, um deles não conseguiu sobreviver”, disse Thompson.
Quase 80 pessoas, entre policiais, médicos, socorristas e voluntários, utilizaram escavadeiras, martelos, pneus e serras, “tudo que conseguimos obter” para retirá-los com vida, acrescentou o morador.
O abalamento de 7,3 graus de magnitude abalou a ilha principal de Vanuatu às 12h47 locais de terça-feira (22h47 de Brasília, segunda-feira).
As autoridades declararam sete dias de estado de emergência “devido ao impacto severo” do abalamento. A medida inclui um toque de recolher das 18H00 às 6H00.
O abalamento provocou o desabamento do edifício que abrigava as embaixadas dos Estados Unidos, França, Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.
Os funcionários das embaixadas dos Estados Unidos e da França estão a salvo, segundo os governos dos dois países. A missão diplomática americana fechou sua sede até novo aviso. A França informou que sua representação ficou “destruída”.
Desde o primeiro abalamento, vários abalamentos secundários foram registrados no arquipélago de 320.000 habitantes, que é um dos países mais expostos do mundo a desastres naturais.
O país está localizado no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de intensa atividade sísmica e vulcânica.
O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários calcula que 116.000 pessoas podem ter sido afetadas pelos impactos mais graves do abalamento.