O general Mikhail Petrov, comandante das Forças de Defesa Nuclear, Biológica e Química da Rússia, morreu nesta terça-feira (17), após uma explosão em Moscou, informou o Comitê de Investigação russo. O Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) reivindicou a autoria do ataque, segundo uma fonte da instituição.
“Um artefato explosivo colocado em uma scooter [patinete elétrico] estacionada perto da entrada do imóvel residencial foi ativado na madrugada de 17 de dezembro, na avenida Riazanski em Moscou“, informou um comunicado do Comitê russo. “O comandante das forças russas de defesa radiológica, química e biológica, Mikhail Petrov, e seu adjunto morreram na explosão”, acrescentaram.
De acordo com a agência estatal russa Tass, a bomba foi ativada à distância e continha ao menos 300g de TNT. “Investigadores, peritos forenses e serviços operacionais estão trabalhando no local da explosão“, afirmou a agência.
A explosão ocorreu quando Petrov e seu assessor deixavam o edifício, que sofreu danos e várias janelas foram danificadas, como mostram imagens divulgadas pela imprensa russa.
Ucrânia reivindica ataque
À AFP, Reuters e The Guardian, fontes do SBU disseram que a agência de inteligência ucraniana está por trás do ataque. “A liquidação do chefe das tropas de proteção radiológica e química da Federação Russa é obra do SBU“, disse uma das fontes.
Outro membro da SBU declarou que “Petrov era um criminoso de guerra e um alvo absolutamente legítimo, porque ordenou o uso de armas químicas proibidas contra os soldados ucranianos”.
Vale ressaltar que o ataque desta terça foi o primeiro que matou uma autoridade russa desde o início da guerra há três anos. O governo da Ucrânia, no entanto, ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
A Ucrânia já vinha acusando Petrov de usar armas químicas proibidas na ofensiva militar contra o território ucraniano. Segundo o SBU foram registrados ao menos 4.800 usos de armas químicas no campo de batalha desde 2022, entre elas o agente tóxico cloropicrina, uma violação da Convenção sobre Armas Químicas.
Petrov, foi nomeado em 2017. Em outubro, ele sofreu sanções do Reino Unido pelo suposto uso de armas químicas contra Ucrânia. O porta-voz do premiê britânico, Downing Street, afirmou inclusive que o país não lamentará a morte do general.
“É claro que não vamos lamentar a morte de um indivíduo que propagou uma invasão ilegal e impôs sofrimento e morte ao povo ucraniano“, declarou Street.
Promessa de retaliação
No Telegram, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, lamentou a morte do “general corajoso que nunca se escondeu nas costas dos demais” e que lutou “pela pátria mãe e pela verdade”.
Já o vice-presidente do Conselho da Federação, a Câmara Alta do Parlamento russo, Konstantin Kosashev, prometeu que “os assassinos serão punidos, sem nenhuma dúvida e sem piedade”, escreveu também no Telegram.
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