O general Luís Carlos da Costa, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e possível próximo alvo da PF a ser preso depois de Braga Netto – Foto: Reprodução

O general Luís Carlos da Costa, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pode ser o próximo alvo da Polícia Federal (PF) nas investigações sobre a tentativa de golpe que buscava impedir a posse do presidente Lula (PT). A prisão do general Walter Braga Netto gerou preocupação no Exército com o futuro de outro general quatro estrelas, conforme informações do Globo.

Assim como Braga Netto, Costa foi indiciado no inquérito da PF que investiga a participação de militares na trama golpista, e a avaliação interna é que, devido à sua exposição, ele deve ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Oficiais do alto escalão admitem que prisões de militares afetam a imagem do Exército e causam impacto nas tropas. No relatório do inquérito, a PF aponta que Costa usou recursos do GSI para disseminar informações falsas sobre fraude eleitoral, com o objetivo de criar um ambiente de instabilidade política que justificasse uma intervenção militar no país.

Os investigadores encontraram na casa do general documentos com “argumentos relacionados a inconsistências e vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, servindo de subsídio para a propagação de informações falsas sobre o sistema de votação”.

O que pesa contra Costa?

Entre as principais acusações contra Costa está sua atuação no planejamento e execução de ataques às urnas eletrônicas. A PF encontrou anotações com “diretrizes” sobre como “disseminar ataques ao sistema eleitoral”. Durante uma reunião com Bolsonaro e outros ministros em 5 de julho de 2022, Costa teria defendido a “virada de mesa” antes das eleições, segundo os investigadores.

Gravação mostra Costa propondo golpe em reunião com Bolsonaro; leia a transcrição do encontro – Política – CartaCapital
Luís Carlos da Costa e Bolsonaro: A prisão de Braga Netto gerou preocupação no Exército com o futuro de outro general quatro estrelas. Foto: reprodução

Outro ponto que pesa contra Costa é sua participação em um plano para infiltrar agentes da Abin em campanhas eleitorais, conforme relato na mesma reunião de 2022. A agência estava subordinada ao GSI, e o inquérito que investiga a atuação paralela da Abin também pode atingi-lo.

Além disso, a PF identificou anotações que sugerem a instrumentalização da Advocacia-Geral da União (AGU) para impedir a Polícia Federal de executar mandados judiciais, recomendando que a pasta da Justiça acionasse a AGU para invalidar decisões consideradas “ilegais”.

Outro elemento importante na investigação é a descoberta de um plano para a instalação de um “Gabinete de Crise” após o assassinato de autoridades, com Costa no comando e Braga Netto como “coordenador-geral”. Esse gabinete seria instaurado logo após os crimes contra o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Nas anotações apreendidas, Costa também teria defendido que “é válido continuar a criticar a urna eletrônica”, reforçando a disseminação de desinformação sobre o sistema eleitoral. A PF segue investigando a participação do general em diversas frentes relacionadas à tentativa de golpe e às ações planejadas para desestabilizar o processo democrático no Brasil.

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Last Update: 17/12/2024