
A prisão preventiva do general Luís Carlos foi obrigou o comando do Exército a realizar um “malabarismo” para acomodar o ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro (PL) nas instalações da instituição, conforme informações da colunista Malu Gaspar, do Globo.
Por lei, militares da reserva e da ativa têm direito a cumprir pena em dependências das Forças Armadas, mas a detenção de um general de quatro estrelas como Luís Carlos é inédita no período democrático.
O estatuto militar exige que o oficial detido fique sob custódia de uma unidade comandada por alguém de patente superior. Como Luís Carlos já está na reserva no topo da hierarquia, o local mais adequado seria o Comando Militar do Leste, no Centro do Rio de Janeiro, atualmente sob responsabilidade do general Kleber Nunes de Vasconcellos. Coincidentemente, entre 2016 e 2019, Luís Carlos foi o comandante dessa mesma unidade.
No entanto, o Comando Militar do Leste, localizado no Palácio Duque de Caxias, não possui estrutura para acomodar uma cela, o que levou o Exército a transferi-lo para a 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, Zona Oeste do Rio. Apesar de a unidade ser comandada por um general de patente inferior, o Exército justificou a decisão afirmando que a 1ª Divisão é subordinada ao Comando Militar do Leste.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2024/S/Z/a0DOF0QKmxrEuAt6bNDQ/img-20241214-wa0041.jpg)
Na detenção, Luís Carlos tem direito a quatro refeições diárias – café da manhã, almoço, jantar e ceia – além de um banho de sol diário. Reportagem do Fantástico, da TV Globo, revelou que a cela improvisada é equipada com ar-condicionado, geladeira, armário e televisão.
Por outro lado, a assessoria do Exército assegura que ele está isolado, conforme determinação de Alexandre de Moraes, e realiza suas refeições dentro do quarto.
Para a PF, Luís Carlos é considerado um dos principais articuladores do plano que visava impedir a posse de Lula e manter Bolsonaro no poder. Outros generais de quatro estrelas, como Augusto Heleno, ex-chefe do GSI, e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, também estão no radar das investigações e podem ser os próximos a enfrentar ordens de prisão.