A bancada do PSOL na Câmara solicitou ao Ministério da Defesa que dissolva o batalhão das Forças Especiais do Exército, onde estão os militares conhecidos como “kids pretos”. O ofício, enviado à pasta na segunda-feira, ocorre em meio às investigações que apontam para a participação de integrantes da caserna em uma articulação pró-golpe de Estado em 2022.
Os kids pretos são treinados para atuar em missões sigilosas, em ambientes hostis e politicamente sensíveis. Eles integram a chamada “elite” da Força Armadas, caracterizados como especialistas em guerra não convencional, reconhecimento especial e contraterrorismo. Os militares recebem esse apelido por utilizarem gorros pretos em operações.
No ofício, os parlamentares da legenda defendem a adoção de medidas estruturais para prevenir riscos à segurança nacional e evitar o uso indevido de unidades militares para práticas criminosas. Além disso, dizem que a continuidade do batalhão traz riscos à estabilidade democrática.
Os pedidos elencados no documento, afirmam os deputados, têm o objetivo de resguardar a ordem democrática, a segurança institucional e a missão constitucional das Forças Armadas, pilares fundamentais para a soberania e estabilidade da República Federativa do Brasil.
Caso a extinção seja acatada, o PSOL defende que os recursos orçamentários e humanos atualmente destinados aos kids pretos sejam redirecionados para unidades das Forças Armadas que atuem exclusivamente em conformidade com os preceitos constitucionais. A legenda ainda cobra a punição de todos os envolvidos na tentativa de golpe.
Os pedidos do partido surgem à luz da prisão do general da reserva Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro, ocorrida no sábado. Ele foi detido pela Polícia Federal, sob acusação de obstruir as investigações sobre a articulação para reverter o resultado das eleições e manter seu chefe no poder.
As apurações da PF apontaram que militares kids pretos ficariam responsáveis por executar um plano para matar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, o presidente Lula e o vice Geraldo Alckmin.