A grande mídia volta a atacar as estatais brasileiras. Assim como a Verdade já utilizou o editorial para tal feito, o jornal O Globo do último domingo (15) deu sua contribuição sob o título: “Estatal deficitária deve ser vendida ou liquidada”. O texto é um ataque ao recém-lançado “Programa de Governança e Modernização das Estatais Federais” e foi prontamente rebatido pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, pelas redes sociais.
Como primeiro esclarecimento Dweck alerta que “o déficit das estatais não representa prejuízo à sociedade” assim como as estatais utilizadas na conta que o jornal coloca são independentes do Tesouro: “Ou seja, ainda que houvesse prejuízo, a conta não seria do contribuinte.”
Além disso, a ministra lembra que “grande parcela do déficit das estatais representa alta do investimento e a expressiva maioria das empresas com déficit apresentou lucro.”
Sobre a indicação de O Globo de que nos dois governos anteriores, Michel Temer e Jair Bolsonaro, “as empresas públicas federais passaram por saneamento e deixaram de pesar tanto nos cofres públicos”, a ministra faz questão de refutar tal argumentação.
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Conforme explica Dweck: “no período em que o editorial cita que as empresas foram superavitárias, ele deixa de mencionar que o superávit decorreu dos aportes que elas receberam do Tesouro. Elas não eram mais eficientes. Elas estavam sendo preparadas para a privatização com recursos públicos.”
Em outras palavras, as gestões anteriores se valeram de injeção direta de dinheiro para causar o superávit nas estatais e, possivelmente, facilitar a privatização, com aumento do interesse do setor privado em abocanhar um patrimônio de todos os brasileiros.
Para completar, a ministra lembra do papel fundamental das estatais para a sociedade brasileira e o seu desenvolvimento: “Há estatais dependentes do Tesouro, mas elas não entram na estatística de déficit do BC. Entre as que precisam de recursos do orçamento, há hospitais universitários (SUS) e a Embrapa, que receberam 72% do total de recursos repassados pelo Tesouro para as estatais em 2023. As estatais possuem um papel fundamental no desenvolvimento inclusivo e sustentável do Brasil e as medidas anunciadas pelo governo federal no último dia 9/12 [Programa de Governança] buscam melhorar sua capacidade de gerar resultado para a sociedade brasileira”, colocou a Dweck.
Confira as colocações da ministra:
Déficit não é prejuízo. O Globo erra novamente ao imputar tal equivalência em seu editorial de 15/12. Na verdade, grande parcela do déficit das estatais representa alta do investimento e a expressiva maioria das empresas com déficit apresentou lucro.
— Esther Dweck (@edweck_rj) December 15, 2024