Durante a noite do último sábado (14), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quebrou o silêncio e se manifestou contra a prisão do general Walter Braga Netto.
Bolsonaro, em sua declaração, sem que o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o ministro Alexandre de Moraes fossem citados diretamente, questiona qual foi o argumento que levou Braga Netto à prisão.
“Há mais de 10 dias que o inquérito foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, disse o ex-presidente.
A prisão de seu aliado e candidato a vice-presidente na chapa de 2022 aconteceu horas antes no mesmo dia, mesmo que a determinação da prisão tenha saído na última quinta-feira (12). A apreensão pela equipe da Polícia Federal foi realizada somente após o retorno do general de uma viagem, feita para o Nordeste.
Além do ex-presidente, 21 dos 103 membros parlamentares da bancada do PL se manifestaram, segundo informações do portal O Globo.
Braga Netto é o primeiro general quatro estrelas, da mais alta patente, a ser preso desde a redemocratização. Sua prisão foi decorrente da suspeita de envolvimento e participação na tentativa de golpe de estado após as eleições de 2022.
De acordo com a decisão tomada pelo ministro Alexandre de Moraes, Braga Netto teria tentado descobrir informações da delação premiada de outro investigado, o tenente-coronel Mauro Cid, no entanto, a equipe de defesa do general negou.
Com informações dadas pela Polícia Federal, o general também teria integrado a trama golpista como responsável por influenciar as forças armadas a aderirem ao golpe e de apoio junto a outros militares de alta patente.
Foi em novembro de 2022, que o plano que impediria a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi impresso no próprio Palácio do Planalto, nomeado como operação “Punhal Verde e Amarelo”, que tinha foco na execução de Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Morais.