A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), composta por 340 membros entre deputados federais e senadores, solicitou uma investigação urgente e detalhada sobre as alegações de que membros do setor agropecuário podem ter financiado uma tentativa de golpe em 2022.
A frente enfatizou que essas “ações isoladas” não devem manchar a reputação do setor, como relatado pela Folha.
A questão surgiu após um depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que mencionou que o general Braga Netto havia recebido recursos de “pessoal do agronegócio”.
Esses recursos teriam sido usados para financiar planos golpistas, incluindo a tentativa de assassinato do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o próprio ministro do STF Alexandre de Moraes.
A frente parlamentar, reconhecida como a voz oficial da bancada ruralista, afirmou que é crucial que as investigações sejam conduzidas de maneira legal, transparente e equilibrada, conforme a Constituição.
“É inadmissível que ações isoladas sejam usadas para generalizar e comprometer a imagem de um setor econômico composto por mais de 6 milhões de produtores e que desempenha papel fundamental no desenvolvimento do país”, declarou a frente.
Além disso, após a derrota de Bolsonaro nas eleições, surgiram suspeitas de envolvimento militar em conspirações golpistas. A participação de membros do agronegócio foi notada especialmente nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro depredaram a sede dos três poderes.
A decisão de Moraes, que autorizou a prisão preventiva de Braga Netto, detalha que o general foi responsável por fornecer os meios necessários para a execução do chamado “Plano Punhal Verde e Amarelo” e do “evento Copa 2022”, um esquema para sequestrar Moraes em 15 de dezembro de 2022.