O governador do Ceará, Elmano de Freitas, do PT, anunciou recentemente seu apoio ao uso de drones para a aplicação de agrotóxicos em lavouras, uma mudança significativa que contraria a legislação estadual que proíbe a pulverização aérea de pesticidas.

Freitas, que anteriormente coautorou a primeira lei contra essa prática, afirmou que sancionaria uma medida permitindo o uso de drones ainda este ano.

Essa decisão ocorre em meio a crescentes preocupações sobre os efeitos ambientais e de saúde causados pela aplicação aérea de agrotóxicos.

Segundo informações, mais de 200 comunidades denunciaram contaminações por pesticidas dispersados por drones este ano.

O governador do PT defende que a tecnologia dos drones promete maior precisão e segurança, tanto para os trabalhadores quanto para o meio ambiente.

No entanto, evidências sugerem que a prática pode não ser tão segura quanto proposto.

De acordo com um estudo, há registros de múltiplas violações às normas de segurança, com operadores de drones ignorando regulamentos e causando contaminação ambiental e de comunidades locais.

Um caso emblemático ocorreu no Ceará, onde a aplicação noturna de agrotóxicos por drones foi documentada em vídeos enviados anonimamente ao deputado estadual Renato Roseno, autor da lei que proíbe essa prática.

A polêmica decisão do governador Freitas gerou alerta entre pesquisadores e ativistas, com organizações como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) emitindo notas em defesa da manutenção da lei que proíbe a aplicação aérea de agrotóxicos.

Eles argumentam que falta base científica que comprove a segurança do uso de drones para essa finalidade, citando estudos da União Europeia e experiências de países como França e China, que enfrentam desafios similares e mostram a dificuldade de controlar a dispersão de pesticidas.

Com informações do Repórter Brasil

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Last Update: 16/12/2024