A derrota do governo Assad foi um golpe importante para o Eixo da Resistência. Por mais de uma década, houve uma luta gigantesca contra o imperialismo para impedir a derrubada de Assad. A Síria era um elo crucial para fortalecer o Hesbolá. Os sionistas declararam a morte do Eixo, mas o fim da era Assad está longe de ser o fim do Eixo da Resistência. Das cinzas do regime político sírio surgirá a resistência ainda mais forte.
Os articulistas do sionismo como André Lajst, da CONIB, os jornais imperialistas como Le Figaro ou New York Times todos repetem a mesma ladainha: “o Eixo da Resistência morreu”. Eles sabem que isso não é uma realidade, mas fazem a propaganda para desarticular a resistência, tentar arrefecer os ânimos. Eles dizem que o Hamas perdeu, o Hesbolá perdeu e que o Irã perdeu. É tudo uma farsa. Mesmo que o baque seja sentido por todos, a situação de “Israel” atual continua sendo muito pior do que era antes do 7 de outubro de 2023.
O Hamas está longe de ser derrotado, o partido continua numa ascensão política enorme em todos os sentidos. Militarmente “Israel” é incapaz de ocupar a Faixa de Gaza e a queda de Assad não irá afetar isso de forma alguma dada a distância geográfica. O Hesbolá impôs uma gigantesca derrota ao Estado de “Israel”, que teve de implorar ao imperialismo por um cessar-fogo. Os sionistas tentam virar essa história e distrair com os acontecimentos da Síria, mas o Hesbolá também está mais forte do que nunca.
O Irã perdeu um importante aliado, mas continua avançando a passos largos como maior potência da região. Depois dos ataques iranianos a “Israel”, Promessa Cumprida 1 e 2, a supremacia militar do Irã é inquestionável. Sobre o Iraque e o Iêmen os sionistas não dizem nada, mas a resistência se fortaleceu muito. A queda do governo Assad aumenta a tendência de luta da resistência iraquiana devido ao risco já que a Síria é um país vizinho.
Por fim, existe a própria Síria. O país era o elo mais fraco do Eixo da Resistência, acabou aderindo à organização por ser o alvo do golpe imperialista. Mas Assad era muito diferente do Hamas, Hesbolá, Ansar Alá do Iêmen e da República Islâmica do Irã. As contradições são um fenômeno central da política. A derrota que foi a queda de Assad abre espaço para surgir uma resistência muito mais radical. Ela surgiu no Irã na década de 1970, no Líbano e na Palestina na década de 1980, no Iraque em 2000-2010 e agora chegou o momento da Síria.
O Eixo da Resistência é a luta contra o imperialismo no Oriente Médio. A queda de Assad está longe de acabar com essa luta. Enquanto o imperialismo mantiver a ocupação da Palestina, a ocupação das nações da região com bases militares, o Eixo da Resistência apenas se fortalecerá e, no fim, triunfará!