A Polícia Federal (PF) concluiu a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado e revelou, em seu relatório final, que o ex-ministro Walter Braga Netto tentou obter informações sobre a colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a PF, a tentativa ocorreu por meio dos pais de Mauro Cid, em um esforço para interferir nas investigações.
O relatório detalha que os pais de Cid teriam entrado em contato com Braga Netto para afirmar que as acusações feitas pelo tenente-coronel em sua delação eram falsas. Essa comunicação ocorreu logo após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologar o acordo de colaboração dele, em setembro de 2023.
Durante a operação de busca e apreensão na sede do Partido Liberal (PL), foi encontrado um documento na mesa do coronel Flávio Peregrino, assessor de Braga Netto, que continha “perguntas e respostas” sobre a delação do ex-ajudante de ordem de Bolsonaro. A PF acredita que este documento reflete uma tentativa concreta de acessar informações sensíveis relacionadas à colaboração premiada, possivelmente para abafar as revelações feitas por Cid, que envolvem o planejamento do golpe.
A investigação apontou que o conteúdo do documento indicava preocupação de Braga Netto sobre os temas abordados por Mauro Cid em sua delação. Um dos questionamentos no documento se referia ao conteúdo das reuniões em que ele esteve envolvido, com uma resposta que indicava que ele “não entrava nas reuniões” e, portanto, não sabia do que havia sido discutido.
Braga Netto, que foi indiciado pela Polícia Federal, negou as acusações em nota oficial. O ex-ministro afirmou que “nunca se tratou de golpe e muito menos de plano de assassinar alguém”. Ele reiterou sua postura de “correção ética e moral”, defendendo que sempre buscou soluções “legais e constitucionais” para questões políticas e governamentais.
A prisão de Braga Netto ocorre no contexto das investigações sobre a trama golpista que envolveu diversas figuras do governo de Jair Bolsonaro, incluindo o próprio ex-presidente, que também foi indiciado pela PF, junto com outras 38 pessoas. A prisão de Braga Netto, que aconteceu no sábado (14), ocorre em um momento em que as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado ganham força.
A operação, autorizada pelo STF, ainda está em andamento, com outros mandados de busca e apreensão sendo cumpridos, incluindo ações contra o coronel Peregrino, que também foi alvo das autoridades. As medidas visam evitar a repetição de ações ilícitas e garantir que as investigações prossigam de forma imparcial.
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