A direção do Banco do Brasil lança mais um processo que faz parte da “reorganização” em curso dentro da empresa.
Trata-se do Projeto Piloto “Inova Varejo”, que está em execução no estado do Espírito Santo e visa eliminar os guichês de Caixas Executivos das agências, abandonar dependências, como os PSOs, e transformar as agências bancárias em lojas, com o objetivo único de vender produtos bancários.
Segundo denúncias dos funcionários envolvidos no Projeto Piloto do Inova Varejo, os trabalhadores estão sendo submetidos a uma maior exploração. Um dos bancários desabafa: “Os números da produção do trimestre anterior foram simplesmente zerados. ‘Não temos mais a referência para saber do nosso realizado. Eu, por exemplo, tinha a expectativa de receber a PLR integral. Com o zeramento da produção, hoje não estou recebendo nem 75% da PLR’”.
Para a diretora do Sindicato dos Bancários do Espírito Santo, Goretti Barone, “a expectativa do BB é replicar o Inova para o restante do país a partir da experiência no Espírito Santo. Imaginem! O que temos visto até agora são problemas recorrentes que têm afetado diretamente as funcionárias e os funcionários do BB. O funcionário do BB, em nenhum momento, tem sido prioridade para o Inova. Muito pelo contrário, os funcionários estão pagando a conta dos desacertos do programa”.
A “reorganização” (política introduzida no banco no governo neoliberal de FHC no começo da década de 1990) foi e é responsável por dezenas de milhares de demissões de trabalhadores, fechamento de centenas de agências e dependências bancárias, descomissionamentos em massa, entre outros.
O fundamental dessa política está no fato de que o Projeto é apenas a ponta de um iceberg que prevê o fechamento de inúmeras agências e a redução ainda maior do quadro de funcionários do BB; um projeto-piloto que a direção do banco pretende estender a outros estados, atingindo os bancários do Banco do Brasil de todo o país e a população em geral.
Este projeto é a conclusão lógica da política das direções do Banco de transformar o BB em uma empresa privada, voltada apenas à obtenção de lucros para satisfazer os especuladores financeiros, parasitas e sanguessugas da nação.
Este projeto não é um fenômeno isolado no BB; constitui um balão de ensaio para a implementação da mesma política em todos os bancos estatais, nos bancos públicos estaduais e nas empresas estatais.
É preciso colocar em marcha uma campanha nacional contra essa ofensiva que tende a se ampliar no BB e abrange, na realidade, todo o serviço público. É preciso denunciar a “reorganização” como aquilo que realmente é: um plano de ataques ao funcionalismo para aumentar a exploração sobre os trabalhadores do BB e transferir os recursos do banco para as mãos dos banqueiros e especuladores nacionais e internacionais.